Os líderes da União Europeia (UE) aprovaram ontem, em Bruxelas, uma série de sanções unilaterais ao Irã. As medidas bloqueiam investimentos europeus na indústria energética iraniana, de gás e petróleo, e buscam reduzir a capacidade produtiva destes setores no país. As sanções são mais rígidas do que as aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU no dia 10 de junho. "O Conselho Europeu lamenta profundamente o fato de o Irã não ter aproveitado as diversas oportunidades que foram oferecidas para remover as preocupações da comunidade internacional sobre a natureza de seu programa nuclear", manifestou a UE em comunicado.
Alguns países manifestaram dúvidas quanto ao rigor das medidas, principalmente a Alemanha, que possui grandes investimentos no setor de gás e petróleo do Irã.
A Rússia, que apesar de ter apoiado as sanções da ONU contra o Irã mantém um relacionamento estratégico com Teerã e detém interesses econômicos consideráveis no país, criticou a UE e os EUA por terem aplicado sanções unilaterais em adição às já aprovadas pela ONU.
A versão final das sanções é ainda mais rígida do que diplomatas europeus haviam estimado na semana passada e devem criar uma considerável pressão sobre a economia da República Islâmica, que é a quinta nação que mais exporta petróleo bruto no mundo, mas tem pouca capacidade de refinamento.
Apesar da rigidez, a eficácia das sanções deve depender da capacidade dos chanceleres do bloco europeu definirem a aplicação e imposição.