Já chega a pelo menos 387 o número de brasileiros barrados em oito aeroportos da Europa nos últimos 16 dias, depois que os governos dos países da União Européia (UE) ampliaram as blitze para impedir a entrada de supostos imigrantes ilegais da América do Sul.
Parte dos viajantes brasileiros detidos ainda estava alojada, até quinta-feira (8), em instalações dos aeroportos nos quais desembarcaram no continente, mas a maioria já havia sido mandada de volta para o Brasil. Só na segunda semana da operação, batizada de Amazon II, o número de barrados foi de 185.
Conduzida pela Agência de Controle de Fronteiras Externas da União Européia (Frontex), é a primeira operação contra imigrantes realizada este ano na Europa. O alvo escolhido foram os sul-americanos, que desde o ano passado estão chegando em número cada vez mais expressivo ao bloco, preocupando os políticos europeus.
Este ano, 1.788 sul-americanos já foram impedidos de entrar na Europa apenas em 16 dias, entre 19 de fevereiro e 6 de março. O maior grupo é de bolivianos 697 pessoas. O Brasil vem em segundo lugar na lista, com 387.
A quantidade de brasileiros retidos já supera com folga a da última megaoperação, realizada em novembro. Na ocasião, 269 cidadãos do Brasil e outros 1.727 sul-americanos foram detidos em aeroportos de vários países da Europa.
Segundo a Frontex, 128 brasileiros foram barrados apenas no aeroporto de Madri nas duas semanas da Amazon II na operação realizada no ano passado, foram 53 os detidos na capital espanhola. Além de Madri, os brasileiros foram pegos nos aeroportos de Paris, Lisboa, Milão, Barcelona, Frankfurt, Amsterdã e Roma.
Na primeira semana da operação, 202 brasileiros foram proibidos de entrar no território da UE. A tendência era de que a segunda etapa da Amazon II apresentasse um número de detidos bem menor, já que os imigrantes estariam atentos ao controle e evitariam viajar. Mas, no caso dos sul-americanos, a queda foi inferior à esperada. Conforme Daniella Munzbergowa, a operação deve durar mais uma semana.
A quantidade de brasileiros barrados preocupa o Itamaraty. Na semana passada, o governo acionou todos os seus consulados na Europa para obter informações e pediu que os critérios usados pelos europeus para barrar os viajantes fossem esclarecidos. O objetivo é evitar abusos.
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