Visita
Mahmoud Abbas trata de questões palestinas em conversa com Mansur
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, analisou ontem com o novo chefe de Estado egípcio, Adly Mansur, os esforços para impulsionar a reconciliação palestina e o processo de paz, em sua primeira visita oficial ao Cairo após o golpe militar.
Mansur, que assumiu de forma interina o poder em 3 de julho após o golpe de Estado que derrubou o islamita Mohamed Mursi, pediu às distintas facções palestinas para "se reconciliar e se consolidar para construir o futuro".
A Presidência egícpia expressou em um comunicado que respalda o estabelecimento de um Estado palestino, com Jerusalém Oriental como capital, e condena a construção de assentamentos israelenses.
Depois dessa reunião, o porta-voz presidencial, Ahmed al-Muslimani, afirmou que o Egito apoia todo o povo palestino sem distinguir entre suas facções.
A situação é tensa com o movimento islamita Hamas, já que a ordem de detenção preventiva ditada contra Mursi recai, em meio a outras acusações, em seus supostos vínculos com o movimento palestino para perpetrar "ações inimigas" contra o Egito, algo rejeitado pelo Hamas.
Segundo fontes palestinas, os dois dirigentes também iam abordar em seu encontro o recente fechamento da maioria de túneis entre Gaza e a península egípcia do Sinai, que afeta a economia da faixa governada pelo Hamas.
Efe
A chefe da diplomacia da União Europeia se reuniu ontem alternadamente com os governantes do Egito e com a Irmandade Muçulmana, tentando sem sucesso evitar uma maior polarização no país depois do massacre de 80 partidários do grupo islâmico.
Catherine Ashton, que fez sua segunda visita ao Egito em 12 dias, é uma das poucas pessoas com acesso a ambos os lados e não fez declarações públicas. Mas partidários e opositores do presidente deposto Mohamed Mursi deixaram claro que não pretendem ceder.
Ashton se reuniu com o comandante das Forças Armadas, general Abdel Fattah al-Sisi, com membros do governo provisório e com representantes do Partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade.
"É muito simples, não vamos a lugar algum", disse Gehad el-Haddad, porta-voz da Irmandade, em resposta à ordem do governo para dissolver uma vigília com milhares de pessoas que exigem a volta de Mursi ao poder. "Vamos aumentar os protestos", acrescentou ele à Reuters. "Alguém precisa trazer essa liderança à razão."
Mas os apoiadores da intervenção militar que derrubou Mursi em 3 de julho estão igualmente inflexíveis.
"Perguntamos a ela [Ashton]: Você aceitaria um protesto armado sob o seu teto?", disse Mahmoud Badr, líder do movimento juvenil Tamarod, que mobilizou enormes manifestações contra Mursi antes de os militares agirem para derrubar o primeiro presidente democraticamente eleito na história egípcia.
"E se a Al-Qaeda fizesse um protesto? Você deixaria?", continuou Badr em conversa com jornalistas após se reunir com Ashton.
No começo da manhã de sábado, o Exército matou 80 manifestantes favoráveis a Mursi e muitos temiam mais violência na noite de ontem, quando a Irmandade planejava uma nova passeata da mesquita onde ocorre a vigília até a sede do Ministério do Interior.
Os EUA, que dão ajuda militar de 1,3 bilhão de dólares por ano ao Egito, disseram ontem que "condenam fortemente" o incidente de sábado e pediram respeito ao direito à manifestação pacífica.
"A violência não só fará recuar ainda mais o processo de reconciliação e democratização do Egito, como também terá impacto negativo para a estabilidade regional", disse o porta-voz Josh Earnest.
80 manifestantes pró-Mursi que pediam a volta do ex-presidente ao poder foram mortos por militares egípcios em episódio violento no último fim de semana. País segue cada vez mais polarizado.
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