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Copenhague

Europa cobra mais compromisso de China e EUA na redução de emissões

A destruição provocada por um tornado acabou separando um menino de 6 anos de sua família. Depois de seis meses, ele conseguiu reencontrar a sua irmã, porém nunca mais viu os seus pais. O relato foi feito por Yvo de Boer, secretário executivo da Convenção do Clima das Nações Unidas, durante a cerimônia de abertura da Conferência do Clima de Copenhague, na manhã desta segunda-feira(07). De Boer emendou uma conclusão à história: o aquecimento global é real, trata de questões relativas à sobrevivência humana, e é necessário um acordo global para evitar a repetição de casos como esses. Com o aumento da temperatura no mundo, os temporais também vão se intensificar.

A presidente da COP- 15, Connie Hedegaard, que está incumbida de mediar o acordo, afirmou que Copenhague será a cidade dos três Cs: "cooperação, compromisso e consenso". E o primeiro ministro dinamarquês, Lars Rasmussen, anunciou, animado, que 110 chefes de Estado confirmaram presença no encerramento do encontro - o que demonstra a importância que o tema adquiriu.

O tom de otimismo dominou a abertura da COP-15 e não houve grandes atritos entre os países no primeiro dia da conferência. Um funcionário de alto escalão da Convenção do Clima da ONU afirmou estar pela primeira vez em muito tempo otimista com o rumo das negociações, apesar dos desafios pela frente. "As últimas semanas foram inspiradoras. Todos os países industrializados e as principais nações em desenvolvimento colocaram as cartas na mesa."

Mais de 15 mil pessoas participam da reunião, entre integrantes das delegações oficiais, de ONGs, empresários e jornalistas. Foram feitos, no total, mais de 32 mil pedidos de credenciamento

As poucas farpas foram trocadas hoje à tarde. Em entrevista aos jornalistas, representantes da União Europeia cobraram metas mais ambiciosas dos EUA e da China. O ministro do meio ambiente da Suécia, Andreas Carlgren, disse que o presidente americano, Barack Obama, não pode vir até Copenhague e não colocar "mais nada na mesa". "Esperamos mais dos dois países", disse Carlgren.

Disse ainda que se os outros não melhorarem as propostas, a União Europeia não poderá adotar a meta de 30% de corte nas emissões - a proposta do bloco é cortar em 20% as emissões de CO2, mesmo que ninguém mais se comprometa, podendo chegar a 30% se houver movimento semelhante dos demais países. "Ficarei muito desapontado se não conseguirmos chegar aos 30%."

O principal negociador dos EUA, Jonathan Pershing, disse que o seu país já apresentou um número "notável". E ressaltou que não importa somente a meta para 2020 (redução de 17% em relação aos níveis de 2005), mas a trajetória de longo prazo de cortes nas emissões. Segundo ele, a redução chegará a mais de 80% em 2050.

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