O compromisso do Brasil de reduzir as emissões de gases que causam efeito estufa para os níveis em que estavam em 1994 podem ajudar a definir as negociações sobre o problema da mudança climática no mês que vem, disse o presidente-executivo da União Europeia no sábado.
"Este pode ser um passo decisivo para alcançar um acordo global em Copenhague em dezembro e ter sucesso na luta contra a mudança climática", disse José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia.
As negociações sobre as mudanças climáticas em Copenhague pretendem criar um novo acordo para combater o aquecimento global depois que o Protocolo de Kyoto vencer, em 2012.
O Brasil disse na sexta-feira que reduziria as emissões de gases causadores do efeito estufa para os níveis em que estavam em 1994, ou 1,7 bilhão de toneladas --uma redução de 36,1 por cento a 38,9 por cento dos níveis em que estima-se que estarão em 2020.
O Brasil figura entre os maiores emissores de carbono do planeta por causa do desmatamento. O país, portanto, tornou-se peça importante nas negociações sobre mudanças climáticas depois de anos em que rejeitou discutir o assunto alegando que a responsabilidade deveria ser dos países ricos de cortar emissões.
O gesto do país foi visto como uma saída para um impasse que ocorreu nas discussões preparatórias das negociações de Copenhague. A rusga começou porque os países ricos têm relutado em prover bilhões de dólares para ajudar as nações pobres a reduzir suas emissões.
"Todos os países do mundo definiram dezembro de 2009 como o prazo final para alcançar um acordo internacional, e o momento que o Brasil escolheu para sua decisão demonstra que esse prazo final funciona", disse o ministro do clima dinamarquês Connie Hedegaard, cujo país será anfitrião das negociações.
"Estamos vendo mais e mais países oferecendo planos para o clima."
Muitos países industrializados dizem que não se comprometerão a dar dinheiro para os países em desenvolvimento sem antes receberem compromissos formais e concretos de que eles cortarão suas emissões.
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