Europa lança o primeiro satélite do projeto Galileo

Paris (AFP) – O lançamento do satélite Giove A, programado para a madrugada de hoje, coloca em prática o mais ambicioso programa de rastreamento do planeta. Depois de anos de incerteza, o projeto Galileo deu um largo passo para a realização de manobras que vão testar o funcionamento da tecnologia européia de navegação por satélite.

"É uma etapa essencial do projeto Galileo: a passagem da teoria à prática. E a experiência mostra que sempre acontece algo no espaço", disse Dominique Detain, um dos porta-vozes da Agência Espacial Européia (ESA), encarregada do projeto Galileo. A possibilidade de a missão fracassar não foi descartada.

O satélite Giove A, um cubo de 602 kg fabricado pela empresa britânica SSTL, seria lançado de Baikonur (Casaquistão), às 11h19 locais (3h19 de Brasília), através do foguete russo Soyuz.

O nome do satélite corresponde às iniciais em inglês de "elemento de validação em órbita de Galileo" e também é uma homenagem a Galileu, o astrônomo italiano que descobriu quatro satélites principais de Júpiter (Giove em italiano) e que dá seu nome ao projeto europeu.

O Giove A testará várias tecnologias novas, entre elas o relógio atômico mais preciso já enviado ao espaço: menos de um milionésimo de segundo de variação por hora, pois a precisão de Galileo dependerá diretamente da exatidão dos relógios de seus satélites. A ESA tentará, pela primeira vez em sua história, colocar um satélite em órbita mediana, a 23 mil km de altura, posição que permite uma órbita muito estável.

O sistema permitirá a localização de um objeto em tempo real com a precisão de um metro em qualquer ponto da Terra, possibilidade que não existe nos sistemas atuais como o GPS norte-americano e o Glonass russo. A previsão é de que o serviço comece a ser comercializado em 2010.

O projeto está dois anos atrasado em relação ao cronograma inicial. Para recuperar o tempo perdido, a ESA já estaria fabricando o satélite Giove B. O lançamento de satélites do Galileo deve ser cada vez mais freqüente nos próximos anos, até que se atinja o total de 30.