Bogotá - A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, fez um apelo ontem à guerrilha colombiana Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para que liberte imediatamente todos os sequestrados, depois do resgate de mais seis reféns nos últimos dias.
A UE "pede às Farc e aos demais grupos armados ilegais na Colômbia que libertem imediatamente todos os reféns que permanecem em cativeiro", indicou Ashton em um comunicado.
A chefe da diplomacia estimou que as últimas libertações representam um "bom passo para o cumprimento do Direito Internacional Humanitário", mas advertiu que o sequestro, no dia 10, de dois trabalhadores "é uma clara contradição em relação ao espírito humanitário" com o qual as Farc disseram atuar nos últimos dias.
A Alta Representante "reitera o apoio e a solidaridade da União Europeia (UE) para com o povo colombiano e seu governo em sua luta contra o terrorismo", conclui o comunicado.
Últimos resgates
A guerrilha das Farc libertou na quarta-feira dois reféns, na última fase de uma operação que começou na semana passada e terminou com o resgate de quatro sequestrados.
Os reféns libertados são o major da polícia Guillermo Solórzano e o suboficial do Exército Salín Antonio Sanmiguel. Os dois chegaram de helicóptero a Cali, de onde foram levados de avião para Bogotá.
Na semana passada, as Farc já haviam liberado quatro reféns à missão humanitária, que usa helicópteros cedidos pelo Brasil e é liderada pela ex-senadora Piedad Córdoba.
Solórzano revelou que tentou fugir uma vez. Contudo, os guerrilheiros o encontraram e, como castigo, o acorrentaram por três anos. "Me prenderam no pescoço e no tornozelo. Foram anos pesados, de muita caminhada", disse o major de 35 anos.