A Espanha afirmou neste sábado que a União Européia deseja encontrar maneiras para enviar recursos ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, evitando o governo do Hamas até que o grupo reconheça Israel.
O ministro do Exterior espanhol, Miguel Angel Moratinos, encontrou-se com Abbas em Amã, na Jordânia, por onde o presidente da Autoridade Palestina iniciou um giro para aumentar o apoio aos palestinos.
- Hoje, mesmo com todas as dificuldades, a UE ainda é o principal doador e, claro, vamos continuar a ajudar os palestinos, atendendo ao presidente Abbas, atendendo ao seu gabinete - declarou Moratinos, que já foi representante da União Européia no Oriente Médio.
A UE e os Estados Unidos cortaram a ajuda direta à Autoridade Palestina depois de o Hamas vencer o Fatah, de Abbas, nas eleições de janeiro e se recusar a reconhecer o direito de Israel de existir, a renunciar a violência e a aceitar os acordos provisórios de paz.
O governo do Hamas enfrenta uma crise por causa dos cortes de ajuda estrangeira, afirma que não tem como pagar milhares de funcionários e alerta que em meses entrará em colapso financeiro.
Autoridades palestinas disseram que Abbas sugeriu a Moratinos que os salários do pessoal poderiam chegar por meio de seu gabinete na Autoridade Palestina.
- Estamos também buscando maneiras para manter a assistência européia - afirmou Moratinos, sem entrar em detalhes.
Autoridades palestinas dizem que primeiro os fundos devem ser assegurados e um banco encontrado para transferi-los. Temendo sanções dos EUA, muitos bancos se recusam a fazer negócios com o governo do Hamas.
Protestos esporádicos foram realizados por causa da falta de pagamentos e autoridades temem que as manifestações se intensifiquem.
A tensão era grande em Gaza neste sábado. Estudantes e militantes do Hamas e do Fatah trocaram tiros e atiraram pedras e bombas uns nos outros. O conflito estava relacionado a nomeações na área de segurança.