Família palestina acampa sobre os escombros de sua casa, demolida por autoridades de Jerusalém: tensão cresce na região | Ammar Awad/Reuters
Família palestina acampa sobre os escombros de sua casa, demolida por autoridades de Jerusalém: tensão cresce na região| Foto: Ammar Awad/Reuters

Assentamentos

Israel autoriza 900 casas em Jerusalém Oriental

Agência Estado

Jerusalém - O Ministério do Interior de Israel autorizou ontem a construção de mais 900 residências na anexada Jerusalém Oriental, segundo um funcionário.

O integrante do governo, que pediu anonimato, notou que o projeto ainda precisa ser revisado e passará pela Justiça, antes das obras. A interrupção da construção nos assentamentos é apontada como condição essencial pelos palestinos para a retomada das negociações de paz, e a autorização de mais construções pode gerar condenações.

Também ontem, o Exército de Israel puniu um grupo de soldados que protestou contra a retirada forçada de assentados da Cisjordânia. O Exército afirmou que tropas se recusaram a seguir ordens na segunda-feira, durante a retirada de um assentamento não autorizado pelo governo.

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Jerusalém - O plano palestino de fazer uma declaração unilateral de independência levou mais um banho de água fria ontem, quando a União Europeia seguiu os passos dos Estados Unidos e se negou a respaldar a ideia.

Apesar da rejeição de UE e EUA, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mah­­moud Abbas, insistiu na decisão de propor ao Conselho de Se­­gu­­rança da ONU o reconhecimento da independência palestina e ameaçou renunciar caso não se­­ja atendido.

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Abbas, que desembarca amanhã no Brasil para uma visita oficial num momento crítico, diz que não teve escolha, diante do im­­passe nas negociações de paz com Israel. Na conversa que terá com o presidente Lula, na sexta-feira em Salvador, Abbas espera obter o apoio do Brasil a seu plano.

"Estamos numa situação mui­­to difícil. Qual a solução para nós? Ficar em suspense, sem paz? Foi por isso que dei esse passo’’, disse Abbas no Cairo, onde se reuniu com o presidente egípcio, Hosni Mubarak.

Assim como fizeram líderes de vários países nos últimos dias, Mubarak exortou o presidente pa­­lestino a manter-se no cargo. Frustrado com a falta de avanços no processo de paz, Abbas disse há duas semanas que não pretende concorrer à reeleição, abrindo mais uma frente de incerteza no horizonte palestino.

Aprovação

Ao mesmo tempo, a ANP começou a promover a ideia de ob­­ter a aprovação do Conselho de Se­­gurança da ONU à independência palestina.

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A rejeição de americanos e europeus, principais mediadores do processo de paz e maiores financiadores da ANP, foi quase imediata. Para Carl Bildt, ministro das Relações Exteriores da Suécia, país que ocupa a Presi­­dência rotativa da UE, a ideia é "prematura’’.

O bloco europeu pretende re­­conhecer o Estado palestino, "mas antes é preciso que haja um’’, explicou Bildt. "O plano pa­­lestino é claramente um ato nascido da difícil situação, em que eles não veem nada adiante’’, comentou.

Em Jerusalém, o premiê de Is­­rael, Binyamin Netanyahu, disse que o plano palestino vai contra os acordos assinados com a ANP.