Neste domingo, autoridades romenas ordenaram o sacrifício das aves domésticas depois que testes constataram a presença do vírus H5N1 em pássaros do Delta do Danúbio. Governos de outros países europeus também estão se preparando para uma epidemia da doença.

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A tendência do vírus para gerar 'erros' quando se multiplica faz dele tão perigoso e imprevisível. Abaixo, alguns fatos sobre o vírus H5N1 da gripe aviária:

- A primeira linhagem de H5N1 foi detectada em Hong Kong, em 1997, e provocou a morte ou destruição de 1,5 milhão de aves e deixou 18 pessoas doentes, seis das quais morreram.

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- O vírus voltou a reaparecer em 2003, na Coréia do Sul, e agora se espalho pela China, Vietnã, Tailândia, Laos, Indonésia, Turquia e Romênia. Japão, Malásia e Coréia do Sul são consideradas livres do H5N1, após ter registrado alguns surtos. O vírus também foi observado em pássaros selvagens na Mongólia, Cazaquistão e na Sibéria russa.

- O surto levou à morte ou destruição de cerca de 150 milhões de pássaros.

- O H5N1 infectou 117 pessoas em quatro países - Camboja, Indonésia, Tailândia e Vietnã - e matou 60, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Especialistas acreditam que mais pessoas podem ter sido infectadas, mas ainda não estão doentes o suficiente para precisar de atendimento médico. Por isso ainda não se sabe o índice de mortalidade.

- A gripe aviária existe praticamente todos os lugares. Existem 15 subtipos de vírus influenza conhecidos capazes de infectar pássaros, mas as chamadas formas altamente patogênicas tende a ser causada por vírus influenza A do subtipo H5 e H7.

- Os vírus do tipo A da influenza são denominados de acordo com duas proteínas que carregam, chamada hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). Há 16 tipos de 'H' e nove 'N'.

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- Os vírus influenza são vírus RNA, o que significam que não dispõe de mecanismos de leitura e correção de erros genéticos. Isso os faz especialmente inclinados a sofrer mutações. Por isso há uma nova linhagem de gripe a cada estação, quase que todos os anos, fazendo com que a vacina seja reformulada a cada ano.

- Por alguns anos isso tem significado que a gripe não é especialmente mortal, mas geralmente mata 250 mil pessoas em todo o mundo, em uma estação normal. A cada 20 anos ou mais, o vírus sobre uma mutação capaz de causar uma pandemia que infecta e mata muito mais pessoas do que o normal.

- Três pandemias ocorreram no século XX - a de 1918, que matou entre 20 milhões e 100 milhões de pessoas em todo o mundo; a gripe espanhola de 1957, que matou cerca de dois milhões de pessoas em todo o mundo; e a 'gripe do porco' de 1968 que matou um milhão de pessoas. Especialistas acreditam que uma nova pandemia pode ocorrer a qualquer momento.

- A vacina contra a gripe não oferece proteção contra a gripe aviária causada pelo H5N1. Existe uma vacina experimental para essa linhagem, mas há apenas pequenas doses e é pouco provável que tenha um efeito de proteção.

- O H5N1 sofre mutações rapidamente e está começando a manifestar algumas mudanças que fizeram a pandemia do H1N1 de 1918 tão mortal.

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- Quatro remédios têm efeito contra a gripe. Mas duas drogas mais velhas, amantadina e rimantadina, já apresentam pouco efeitos sobre o H5N1. Dois novos medicamentos apresentam melhores resultados. O Tamiflu, conhecido genericamente como oseltamivir, foi criado por Gilead Sciences e é fabricado pela gigante suíça Roche. Relenza, conhecido genericamente como zanamivir, foi desenvolvido pela Biota Holdings da Austrália e é comercializada pela GlaxoSmithKline. Relenza é um pó aplicado pelo nariz e é considerável menos eficaz do que uma pílula como Tamiflu.

- Assim como a bactéria desenvolve resistência a antibióticos, os vírus desenvolvem resistência a anti-retrovirais e o H5N1 se tornou resistente à amantadina. O vírus também começou a mostrar sinais ter mudado e desenvolvido resistência ao Tamiflu.

- O Tamiflu e o Relenza, da classe conhecida como inibidores de neuraminidase, não curam a infecção pela gripe, mas podem reduzir a gravidade da doença se forem consumidos dentro de 48 horas após o início da manifestação dos sintomas. Eles também podem prevenir a infecção.