A França e outros países europeus estão considerando seguir os passos dos EUA e do Reino Unido e começar a vistoriar passageiros que chegarem em voos de países da África Ocidental mais atingidos pelo ebola. O presidente francês, François Hollande, afirmou ontem que discutiu em telefonema com o presidente americano, Barack Obama, a possibilidade de começar a monitorar passageiros vindos da Libéria, Guiné e Serra Leoa.
Em Bruxelas, a União Europeia (UE) anunciou que autoridades de saúde vão se reunir hoje para definir como podem cooperar para conter o vírus. O porta-voz da UE, Frederic Vincent, afirmou que a discussão avaliará a necessidade de monitorar aeroportos.
Além de conversar com Hollande, Obama se reuniu ontem com conselheiros na Casa Branca para discutir o surto do ebola. Ele também falou por telefone, separadamente, com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre o tema. Obama pediu mais esforços globais para combater a doença.
A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, caracterizou a epidemia de ebola como a "emergência de saúde mais severa e aguda dos tempos modernos", ao discursar ontem em uma conferência nas Filipinas. Ela afirmou também que é possível refrear parte das consequências econômicas da doença, se as pessoas forem orientadas a não tomar "atitudes irracionais" para evitar o contágio.
Em Dallas, no estado americano do Texas, os funcionários de saúde que atenderam no isolamento Thomas Duncan, o primeiro paciente diagnosticado com ebola nos EUA, serão monitorados para os sintomas da doença. A decisão veio depois que uma enfermeira se tornou o primeiro caso de contaminação do ebola em território americano.
O cachorro da enfermeira contaminada será mantido em segurança enquanto a dona é tratada em área isolada de um hospital. O cão da raça King Charles Spaniel, de um ano de idade, será também isolado e monitorado.
EUA precisam rever controle de infecção
Reuters
O caso de uma enfermeira de Dallas que contraiu ebola enquanto tratava de um paciente liberiano mostra que os EUA precisam repensar a maneira como controlam a infecção no momento em que o surto que assola o oeste da África está se disseminando globalmente.
O doutor Thomas Frieden, diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), declarou que as autoridades de saúde estão investigando como a enfermeira se contaminou enquanto cuidava de Thomas Eric Duncan em uma ala de isolamento no hospital Texas Health Presbyterian.