Homem atende criança sob risco de ebola, na Libéria| Foto: Christopher Black/Reuters

Estimativa

Centro de Controle diz haver mais casos de infecções nos EUA

O diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) afirmou ontem que pode haver mais casos de contaminação do ebola nos EUA. Segundo Tom Frieden, novos casos podem surgir especialmente entre profissionais de saúde que trataram da primeira vítima da epidemia do ebola em solo americano, Thomas Eric Duncan.

"Eu me sinto péssimo de saber que um trabalhador da saúde se infectou tentando ajudar um paciente do ebola a sobreviver", disse, acrescentando que as autoridades de Dallas ainda estão tentando descobrir como a enfermeira do hospital foi infectada.

Em uma coletiva de imprensa, Frieden afirmou que os EUA devem repensar a abordagem para o controle de contaminação pelo vírus ebola, considerando dar mais treinamento aos funcionários de saúde.

O diretor do CDC aproveitou também para dizer que é possível que médicos e enfermeiros sejam infectados ao retirar as roupas de proteção, e que não teve a intenção de criticar o hospital de Dallas ao falar sobre uma "quebra de protocolo" no primeiro caso de transmissão do ebola nos EUA.

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Vacina

O governo canadense anunciou ontem que está dando início a testes clínicos em humanos para uma vacina experimental contra o ebola. O resultado dos experimentos para o combate da doença serão conhecidos em dezembro deste ano. A ministra da Saúde do país, Rona Ambrose, afirmou que, caso a vacina seja tão efetiva em humanos quanto tem sido em animais, então "podemos literalmente pôr fim à epidemia".

A França e outros países europeus estão considerando seguir os passos dos EUA e do Reino Unido e começar a vistoriar passageiros que chegarem em voos de países da África Ocidental mais atingidos pelo ebola. O presidente francês, François Hollande, afirmou ontem que discutiu em telefonema com o presidente americano, Barack Obama, a possibilidade de começar a monitorar passageiros vindos da Libéria, Guiné e Serra Leoa.

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Em Bruxelas, a União Euro­­peia (UE) anunciou que autoridades de saúde vão se reunir hoje para definir como podem cooperar para conter o vírus. O porta-voz da UE, Frederic Vincent, afirmou que a discussão avaliará a necessidade de monitorar aeroportos.

Além de conversar com Hollande, Obama se reuniu ontem com conselheiros na Casa Branca para discutir o surto do ebola. Ele também falou por telefone, separadamente, com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre o tema. Obama pediu mais esforços globais para combater a doença.

A diretora-geral da Or­­ga­­nização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, caracterizou a epidemia de ebola como a "emergência de saúde mais severa e aguda dos tempos modernos", ao discursar ontem em uma conferência nas Filipinas. Ela afirmou também que é possível refrear parte das consequências econômicas da doença, se as pessoas forem orientadas a não tomar "atitudes irracionais" para evitar o contágio.

Em Dallas, no estado americano do Texas, os funcionários de saúde que atenderam no isolamento Thomas Duncan, o primeiro paciente diagnosticado com ebola nos EUA, serão monitorados para os sintomas da doença. A decisão veio depois que uma enfermeira se tornou o primeiro caso de contaminação do ebola em território americano.

O cachorro da enfermeira contaminada será mantido em segurança enquanto a dona é tratada em área isolada de um hospital. O cão da raça King Charles Spaniel, de um ano de idade, será também isolado e monitorado.

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EUA precisam rever controle de infecção

Reuters

O caso de uma enfermeira de Dallas que contraiu ebola enquanto tratava de um paciente liberiano mostra que os EUA precisam repensar a maneira como controlam a infecção no momento em que o surto que assola o oeste da África está se disseminando globalmente.

O doutor Thomas Frieden, diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), declarou que as autoridades de saúde estão investigando como a enfermeira se contaminou enquanto cuidava de Thomas Eric Duncan em uma ala de isolamento no hospital Texas Health Presbyterian.