São Paulo O Evangelho de Judas, cuja tradução foi apresentada pelo grupo National Geographic quinta-feira nos Estados Unidos, não representa uma ameaça às tradicionais bases do cristianismo, de acordo com estudiosos da religião. Pelo documento, escrito há cerca de 1.700 anos, Judas Iscariotes não teria traído Jesus, mas era seu melhor amigo e agiu como traidor a pedido dele.
"O texto tem uma grande importância historiográfica. Mas, como evangelho, não tem pé na realidade. É ficção", diz Fernando Altemeyer, professor de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Os especialistas explicam que o mais provável é que esse evangelho tenha sido escrito por uma seita gnóstica. Os gnósticos eram cristãos dissidentes que viveram na região do Oriente Médio entre os séculos 2.º e 4.º e defendiam que Deus havia criado não só o bem, mas também o mal.
Segundo Altemeyer, o Evangelho de Judas se encaixa perfeitamente nessa ideologia. "Na visão gnóstica, Deus quer o mal no mundo para que também haja o bem." O Evangelho foi descoberto na década de 70 no deserto de El Minya (Egito) e deve ser mantido num museu da capital, Cairo.
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