As afirmações de autoridades ocidentais e israelenses sobre o uso de armas químicas na Síria citando fotos, bombardeios esporádicos e vestígios de toxinas não cumprem o padrão de prova necessário para uma equipe de peritos da ONU que aguarda para reunir suas próprias evidências em campo.

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Inspetores de armas só irão determinar se agentes químicos proibidos foram usados nos dois anos de conflito sírio se conseguirem acessar os locais para recolher amostras de solo, sangue, urina ou tecido e examiná-las em laboratórios certificados.

Esse tipo de provas, necessário para mostrar definitivamente se produtos químicos proibidos foram encontrados, não foi apresentado pelos governos e agências de inteligência que acusam a Síria de usar armas químicas contra os insurgentes.

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"Esta é a única base sobre a qual a OPAQ iria fornecer uma avaliação formal sobre se armas químicas foram usadas", disse Michael Luhan, porta-voz da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), sediada em Haia.

Com a Síria bloqueando a missão da ONU, é improvável que os inspetores ganhem esse tipo de acesso a qualquer momento em breve.

A Casa Branca e diplomatas ocidentais na ONU disseram acreditar que a Síria tinha "provavelmente" disparado munições químicas, mas não conseguiram nomear o produto químico em questão.

O Exército israelense esta semana sugeriu que forças sírias usaram sarin e mostraram a repórteres imagens de um corpo com sintomas que indicavam que o gás nervoso foi a causa da morte.

Ralf Trapp, um consultor independente no controle de armas químicas e biológicas, disse que "há um limite para o que você pode extrair apenas a partir de evidências fotográficas. O que você realmente precisa é obter informações in loco, reunir provas materiais e falar com testemunhas e com a equipe médica que tratou as vítimas".

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A Casa Branca, que chamou o uso de armas químicas na Síria de "linha vermelha" para uma possível intervenção militar, afirmou que sua avaliação foi parcialmente baseada em amostras "fisiológicas". Mas um funcionário da Casa Branca, falando sob condição de anonimato, não quis detalhar as provas. Não está claro quem as forneceu.

Mesmo que as amostras fossem colocadas à disposição da OPAQ por aqueles que fazem as afirmações, a organização não poderia usá-las.

"A OPAQ nunca se envolveria em testar amostras que nossos próprios inspetores não recolheram em campo, porque precisamos manter a cadeia de custódia das amostras do campo para o laboratório para garantir a sua integridade", disse Luhan.

Criada para fazer cumprir a Convenção de Armas Químicas de 1997, que proíbe o uso de agentes tóxicos nas guerras, a OPAQ tem regras exaustivas sobre como inspetores devem coletar e processar evidências, começando com a vedação de um local como uma cena de crime.

Uma equipe de 15 especialistas, reunidos em resposta a um pedido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para investigar as denúncias, está no aguardo em Chipre por quase três semanas.

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