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La Paz – O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou na noite de sábado que Fidel Castro retornará à Presidência de Cuba no dia 28 de abril. Foi a primeira vez que um político aliado do regime de Havana apresentou uma data concreta para a volta de Fidel ao poder, desde que o líder se afastou por motivos de saúde.

Morales explicou que a data foi escolhida por razões simbólicas. Corresponderia ao primeiro aniversário do Tratado de Comércio dos Povos (TCP), assinado em 2006 em Havana pelos dois e ainda pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e ao terceiro da Alternativa Bolivariana para as Américas.

"Será a oportunidade de rever o irmão Fidel na presidência", exclamou Morales, discursando para uma concentração de camponeses produtores de batata, na região central da Bolívia.

Morales ressaltou a importância do TCP como opção de acordo favorável a seu país, uma vez que não pode "mudar as regras", como ele mesmo disse, de tratados como o Mercosul e a Comunidade Andina de Nações. Elogiou também a Alba, óbvio contraponto à Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

O presidente boliviano revelou ainda que seis presidentes devem comparecer à solenidade em Havana – sem especificar quem seriam eles.

O presidente boliviano reforçou sua "admiração fervorosa" por Fidel, a quem considera um "avô sábio". "Não tenho porque ocultar que gosto muito dele", disse. Morales contou que, nas várias viagens que fez à Cuba ainda como líder sindical dos plantadores de coca, foi aconselhado por Fidel a não recorrer à luta armada.

É preciso lembrar, contudo, que não é a primeira vez que o presidente boliviano fala do retorno ao poder de seu colega em Cuba. Em outubro do ano passado, Morales afirmou: "Fidel já está andando e, creio que em duas ou três semanas deve ter condições de reassumir suas funções".

Fidel Castro, de 80 anos, está afastado do comando do governo cubano desde 27 de julho de 2006, quando foi submetido a uma cirurgia intestinal de emergência. Em 31 de julho, seu irmão Raúl Castro, de 75 anos, ministro de Defesa de Cuba, assumiu interinamente a presidência.

Sem chegar à precisão da data oferecida por Morales, o presidente do Parlamento de Cuba, Ricardo Alarcón, também se pronunciou na quinta-feira passada sobre a recuperação do líder da Revolução Cubana. Ele disse que Fidel se recupera muito favoravelmente e que não é necessário haver pressa para a volta, já que seu irmão comandará o executivo durante o quanto for necessário. Mas Alarcón aposta inclusive que o presidente voltará ao poder em tempo hábil inclusive de disputar as eleições de 2008 com chefe de Estado e de governo.

Depois de 48 anos no poder, foi a primeira vez que Fidel Castro se afastou da presidência, ao menos de forma oficial.

Apesar do repouso e dos cuidados necessários para a recuperação, Alarcón disse que o líder nunca deixou de estar conectado com as principais decisões políticas e administrativas tomadas em Havana. Essa proximidade, segundo ele, facilitará as coisas na hora em que Fidel reassumir.

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