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La Paz – O presidente boliviano, Evo Morales, que enfrenta a maior onda de protestos em seus quase oito meses de governo, ameaçou ontem mobilizar a polícia e as Forças Armadas para impedir a ocupação de gasodutos por manifestantes. Eleitos com apoio dos movimentos sociais, Morales enfrenta dificuldades para satisfazer diversos setores, que exigem desde facilidades no pagamento de multas de trânsito até grandes obras, como um aeroporto, ou um acordo comercial com a Argentina.

O governo já usou as Forças Armadas terça-feira para desbloquear um gasoduto que faz a exportação para a Argentina e passou 12 horas interrompido por moradores do sul do país. Depois de restabelecer o envio de gás e conseguir a suspensão de uma greve dos transportes, o governo se viu diante da ameaça de grupos sociais dos departamentos de Tarija e Chuquisaca também recorrerem ao bloqueio dos gasodutos para chamar a atenção das autoridades.

"O governo recorrerá à polícia e, se for necessário, às Forças Armadas para evitar a ocupações de poços de gás e gasodutos", disse o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, ao anunciar uma decisão adotada por Morales em reunião com seu gabinete ministerial.

"O governo não vai permitir o fechamento de válvulas, porque afeta a economia, a segurança e o salário de todos os bolivianos", acrescentou, qualificando as manifestações de "impróprias, antidemocráticas e atentatórias à economia dos bolivianos".

Na terça-feira, a Bolívia enfrentou quatro greves setoriais, duas paralisações regionais (o que incluiu o bloqueio no gasoduto próximo à Argentina) e uma mobilização de indígenas guaranis que ameaçam impedir a exportação de gás para o Brasil. A greve dos transportes foi suspensa na madrugada de ontem, depois que o governo prometeu estudar facilidades para o pagamento de multas.

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