O anúncio ocorre em meio à divisão dentro do partido governista, o Movimento ao Socialismo (MAS), do qual Evo Morales é uma das principais lideranças| Foto: EFE/Jorge Abrego
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O ex-presidente socialista Evo Morales anunciou neste domingo (24) sua candidatura às eleições presidenciais de 2025 na Bolívia. O anúncio ocorre em meio à divisão dentro do partido governista, o Movimento ao Socialismo (MAS).

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“Eles me convenceram de que vou ser candidato, me obrigaram. Claro que as pessoas querem, mas estão me forçando. Tantos contra Evo: a direita, o governo, o império...”, disse Morales, que comandou o país entre 2006 e 2019, em seu programa na emissora de rádio local “Kawsachun Coca”.

O líder do MAS acrescentou que é alvo de uma “campanha suja”, uma vez que a oposição costuma chamá-lo de “traficante de drogas”, e o atual governo, do presidente Luis Arce e do vice-presidente David Choquehuanca, o nomeia “rei da cocaína”.

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“Não vamos desistir e vamos estar nesta dura batalha democrática. Agora, para construir propostas, tenho uma reunião com empresários. Saúdo as propostas que chegam, devemos construir a agenda pós-bicentenário”, declarou Morales.

O ex-presidente também criticou Arce, que foi ministro da Economia durante o seu governo, afirmando que o mandatário não avançou “absolutamente nada” da agenda que havia sido definida, realizaram com 13 pilares visando o bicentenário do país.

Morales chegou a dizer que o governo de Arce tem um plano para “defenestrá-lo com processos políticos” e que querem “eliminá-lo” fisicamente.

O anúncio de Morales ocorre poucos dias antes da realização do congresso nacional do MAS, que ocorrerá entre 3 e 5 de outubro no trópico de Cochabamba, um de seus redutos políticos, que também tem sido foco de disputa entre os membros do partido governista.

Os aliados de Arce, chamados de “arcistas”, tentaram transferir o congresso para a cidade de El Alto, adjacente a La Paz, com o objetivo de renovar a liderança do partido, a começar pelo próprio Morales.

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Já os chamados “evistas” alertaram que a reunião do MAS definirá a expulsão de Arce e Choquehuanca, a quem descrevem como “traidores”.

A direção do MAS, próxima de Morales, acusou o governo Arce neste sábado (23) de pressionar o Tribunal Supremo Eleitoral por meio de alguns dirigentes para tentar invalidar o congresso do partido.

As disputas internas no partido socialista começaram no final de 2022 com críticas à gestão do governo e denúncias de corrupção contra alguns ministros, enquanto diferentes setores do MAS proclamaram, separadamente, as candidaturas de Arce e Morales para as eleições de 2025.