Raízes indígenas ajudam a criar identificação com a população| Foto: Reuters

Dar dinheiro para famílias pobres, fazer discursos apaixonados contra empresas e aprovar pesados gastos sociais estão ajudando o presidente boliviano, Evo Morales, em sua forte campanha para a reeleição.

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Mas seus partidários mais fervorosos, que construíram um culto de personalidade em torno dele, dizem que a identificação de Morales com suas raízes de índio pobre são a verdadeira razão de sua popularidade.

Morales, um aimará que na infância cuidava de um rebanho de lhamas, perdeu quatro irmãos por causa da pobreza e nunca completou o ensino fundamental. Em 2006 ele se tornou o primeiro presidente de origem índia da Bolívia, obtendo forte apoio da população indígena, majoritária no país.

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Sua luta pessoal contra a pobreza se iguala a de muitos nesta nação andina de 10 milhões de habitantes.

"Evo vai ganhar novamente porque tem muito apoio de pessoas que o amam em toda a parte porque ele é um índio. Ele é um de nós", diz Claudio Checa, camponês de Tinguipaya, uma remota vila quíchua de casas de argila e estradas de terra, onde Morales fez uma parada na campanha durante o fim de semana.

Morales deve conseguir mais da metade dos votos na eleição de 6 de dezembro, de acordo com uma pesquisa recente, enquanto seu rival mais próximo, o ex-governador de Cochabamba Manfred Reyes, está bem atrás, com cerca de 20 por cento dos votos.

"As pessoas se identificam com Morales e elas o apoiam porque ele é como elas, quer governe bem ou não", diz o cientista político Franklin Pareja.

Checa, de 38 anos, disse que a ajuda em dinheiro e os hospitais e escolas que Morales construiu o tornaram popular, mas o fato de ele ter ido a Tinguipaya é quase tão importante.

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"Outros presidentes nunca vieram aqui. Eles nem sequer notaram que nós existimos," disse ele.

Grande esbanjador

Morales gasta cerca de 320 milhões de dólares por ano em subsídios para encorajar os pais a manterem os filhos nas escolas, em incentivos para persuadir mulheres grávidas e se submeter a exames regulares e reduzir a alta mortalidade infantil.

Os cofres do governo estão cheios de dinheiro por causa do alto preço das exportações de gás natural da Bolívia, mas também porque Morales nacionalizou a indústria energética e obrigou as empresas estrangeiras a pagarem mais impostos.

Além disso, o principal aliado de Morales, o presidente venezuelano Hugo Chávez, deu à Bolívia mais de 200 milhões de dólares, que Morales gastou em centenas de projetos sociais, fazendo os críticos dizerem que ele usou dinheiro estrangeiro para comprar apoio interno.

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