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O presidente da Bolívia, Evo Morales, destacou neste domingo que a escolha de 255 constituintes e a realização de um referendo autônomo permitirão uma revolução "pacífica" em seu país e a nacionalização dos recursos naturais.

Após emitir seu voto em uma escola da localidade Vila 14 de Setembro, no Chapare, seu reduto político, Chavéz declarou que a Assembléia Constituinte vai começar não somente a libertar os povos, mas também todos os recursos naturais.

- Os recursos naturais, de um ponto de vista pessoal, sequer deveriam ser concedidos (a empresários privados), mas ser do Estado e do povo - disse Morales aos jornalistas.

Segundo o governante, que no dia 1º de maio nacionalizou os hidrocarbonetos, os constituintes escolhidos hoje deverão implementar um novo "regime econômico" na Bolívia, baseado na gestão estatal dos recursos naturais.

- Tanta riqueza continua surgindo desta mãe terra, a Pachamama (terra, em aimará), e alguns dizem que a Bolívia é igual à Venezuela com muitas reservas - acrescentou Morales.

O governante ressaltou que, apesar ter grandes recursos, seu país é um "Estado mendigo", uma vez um grupo de famílias "saqueia e rouba" os recursos naturais, entre eles a terra, que passará por uma reforma agrária cujo plano será apresentado em 2 de agosto.

Segundo Morales, as duas votações de hoje, para as quais estão convocados 3,7 milhões de bolivianos, permitirão uma "revolução democrática e pacífica" que evitará confrontos armados internos "como há em países vizinhos como o Peru e a Colômbia".

O governante aimara, que chegou à Presidência com 54% dos votos em dezembro passado, prometeu "voltar a fundar Bolívia" na Assembléia Constituinte.

- Os interesses mesquinhos de grupos devem acabar. Do contrário, a Bolívia não terá mudado - disse Morales.

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