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Evo Morales renunciou à presidência da Bolívia. O anúncio foi feito pela televisão, em rede nacional, neste domingo (10). Morales estava no poder há quase 14 anos. Álvaro García, vice-presidente boliviano, também anunciou que está deixando o posto.

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Na manhã deste domingo, Morales disse, também em rede nacional, que estava convocando novas eleições, em meio a uma onda de protestos no país após indícios de fraudes nas eleições realizadas em 20 de outubro, em que Evo obteve reeleição.

Ele também havia anunciado uma mudança total do corpo eleitoral. "Decidi renovar o Supremo Tribunal Eleitoral e convocar novas eleições. Todos temos que pacificar a Bolívia", disse Morales, pela manhã.

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O comandante das Forças Armadas da Bolívia, Williams Kaliman, pediu, também na manhã de domingo, que Morales renunciasse ao cargo.

Após as eleições de outubro, a Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou ter observado sérias irregularidades nos resultados do pleito. A comissão de auditoria apontou que o "processo estava em desacordo com as boas práticas e os padrões de segurança não foram respeitados", segundo o secretário Luis Almagro, em sua conta no Twitter. "Por conta das irregularidades observadas, não é possível garantir a integridade dos dados e dos resultados".

Novas eleições

Nesta manhã, o Ministério das Relações Exteriores publicou uma nota em que manifesta aprovação à realização de novas eleições presidenciais na Bolívia e cobra "absoluta transparência e legitimidade" no novo pleito.

A nota do Itamaraty, ao mencionar o relatório da OEA, afirmou "profunda preocupação" do governo brasileiro "com as graves irregularidades ali apontadas, que desqualificam o pleito e levam à necessidade de convocação de um novo processo eleitoral". O ministério acrescentou que são "legítimas as manifestações do povo" e define como "pertinente" a convocação de novas eleições, "após a constatação das graves irregularidades".

"O Brasil estima que o novo sufrágio deve ser dotado de todas as condições para assegurar sua absoluta transparência e legitimidade. Nesse sentido, o novo sufrágio deve ser presidido por autoridades reconhecidas por sua honorabilidade e credibilidade para garantir o soberano desejo dos bolivianos, e contar com observação internacional em todas as etapas do processo", defende o órgão.

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Com informações da Associated Press.