O presidente Evo Morales afirmou na quarta-feira que se sente "perseguido" por um setor dos meios de comunicação da Bolívia, que são controlados por grupos conservadores contrários a seu plano de reformas políticas e econômicas.
Morales fez uma surpreendente porém reiterada alusão ao trabalho da imprensa ao encerrar seu discurso no ato central do "Dia do Mar", comemoração anual em que a Bolívia reclama a devolução de uma saída ao oceano perdida em uma guerra com o Chile no século 19.
"Eu me sinto perseguido permanentemente pelos meios de comunicação. Não importa, se suportamos por mais de 500 anos e aguentamos com muita paciência, vamos aguentar em nosso mandato essas perseguições", disse o presidente.
Os meios impressos e eletrônicos bolivianos são controlados em sua maioria por grupos empresariais e, para resistir, o governo de Morales impulsiona a criação da imprensa alternativa, a começar por uma rede de rádios comunitárias que já tem duas dezenas de rádios.
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) demonstrou recentemente preocupação com as frequentes queixas de Morales contra o trabalho de alguns meios, que criticam quase que diariamente a gestão governamental.
O presidente destacou na sexta-feira que no "momento de mudanças" que a Bolívia vive, o trabalho de alguns jornalistas "que permanentemente observam com razão" bate de frente com o de outros que cometem "algumas acusações exageradas, perseguições".
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