La Paz – A Bolívia de Evo Morales, ironicamente, conduzirá a segunda reunião dos 12 chefes de Estado da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa), em novembro próximo, e será o responsável por presidir o processo de integração da América do Sul entre 2006 e 2007. Assunto prioritário na agenda de política externa do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o principal articulador do projeto, o destino da Casa sob a "liderança" boliviana ocorre em um momento delicado para a América do Sul.

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O cenário para esse projeto não anda nada favorável, com os blocos subregionais ameaçados de desintegração. A Comunidade Andina de Nações (CAN) assistiu no mês passado ao abandono da Venezuela, contrariada pelo fato de a Colômbia e o Peru terem concluído acordos de livre comércio com os Estados Unidos.

Por enquanto, Morales apenas critica as atitudes de Bogotá e de Lima. Mas, sob forte influência do presidente venezuelano, Hugo Chávez, a Bolívia poderá adotar o mesmo rumo. A Venezuela, por sua vez, negocia o ingresso ao Mercosul, como membro pleno, desde dezembro passado. Naquele mês, o Uruguai convidou a Bolívia para seguir o mesmo exemplo. A resposta de La Paz ainda não foi ouvida.

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O dilema, entretanto, está no atual formato desse bloco, que padece os reveses de sua frágil integração e das assimetrias econômicas entre seus sócios. Os dois menores, justamente o Uruguai e o Paraguai, sinalizaram que vão solicitar permissão para também negociarem, individualmente, acordos de livre comércio com os Estados Unidos e outros países. No domingo, o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim reiterou que não há como aceitar tal pedido. "Ao ler CAN, você pode ler também Mercosul. Se o Uruguai e o Paraguai quiserem negociar com os Estados Unidos, o Mercosul deixará de ser o que é hoje", disse.

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