O ex-agente do FBI (Birô Federal de Investigações, em inglês) Donald Sachtleben foi condenado na noite de ontem a três anos e meio de prisão por fornecer informações confidenciais ilegalmente à agência de notícias Associated Press.
De acordo com documentos judiciais, Sachtleben trocou diversas mensagens de texto com um jornalista da AP entre abril e maio de 2012, antes de revelar a informação de que os Estados Unidos tinham frustrado um plano de ataque da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen a um avião para o território americano.
Sachtleben, de 55 anos e com residência em Indiana, tinha trabalhado como especialista de explosivos do FBI durante mais de 25 anos. Ele confessou o crime. Para o juiz William T. Lawrence, do tribunal de Indianápolis, o ex-agente "claramente traiu seu país".
Em entrevista ao jornal "Indianapolis Star", o ex-agente afirmou estar arrependido de ter vazado os dados. Ele ainda foi condenado a oito anos de prisão por pornografia infantil, caso pelo qual foi preso há dois anos, antes de que fosse descoberto o vazamento.
O caso do repasse de informações à Associated Press gerou polêmica nos Estados Unidos quando foi revelado, em maio deste ano. Foi uma das primeiras demonstrações da capacidade de espionagem dos Estados Unidos, evidenciada pelas atividades da Agência de Segurança Nacional (NSA), reveladas a partir de junho.
Nesta investigação, foi revelado que Washington havia monitorado secretamente mais de 20 linhas da agência de notícias. A empresa se mostrou indignada com o acesso.
Na época, o secretário de Justiça e procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, afirmou que o grampo foi "um dos mais sérios" que tinha visto em sua carreira.
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