Em depoimento nesta terça-feira (28) ao comitê da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos que investiga a invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro do ano passado, uma ex-assessora da Casa Branca, Cassidy Hutchinson, disse que o então presidente Donald Trump pretendia ir à sede do Legislativo americano enquanto seus apoiadores protestavam, alegando fraude na eleição em que Joe Biden foi eleito em 2020.
Hutchinson disse que Tony Ornato, então vice-chefe de gabinete da Casa Branca, relatou que, contrariado com a orientação do Serviço Secreto para não ir ao Capitólio, Trump chegou a “esticar a mão para a frente do veículo [a limusine presidencial] para agarrar o volante” e tentar seguir na direção do Legislativo.
A ex-assessora também relatou que Trump havia sido informado pela manhã que alguns de seus apoiadores tiveram armas confiscadas, e que antes de um discurso na Casa Branca, o então presidente pediu para que não fossem usados detectores de metal – alegando que os apoiadores “não estão aqui para me machucar” e dizendo que não se “importava” se eles estavam armados.
Os membros do comitê acharam a declaração problemática, porque os apoiadores de Trump depois seguiram para o Capitólio e o invadiram para impedir a sessão em que os congressistas americanos ratificavam a vitória de Biden.
“O potencial para que ocorresse violência foi descoberto ou conhecido antes do início da violência, cedo o suficiente para que o presidente Trump tomasse medidas para evitá-la”, disse a deputada republicana Liz Cheney, de Wyoming, vice-presidente do comitê.