Uma ex-nadadora campeã mundial pelos Estados Unidos disse que sofreu abusos sexuais do ex-técnico assistente do time de natação do país na Olimpíada de 2008. Ariana Kukors, 28, afirmou que estava com 16 anos quando Sean Hutchison, 46, começou a violentá-la.
Kukors decidiu falar sobre o caso após investigadores do Departamento de Segurança Interna dos EUA terem cumprido um mandado de busca na casa de Hutchison, em Seattle, na terça-feira (6). Os agentes apreenderam aparelhos eletrônicos que poderiam conter provas de crimes de pedofilia.
A suspeita é de que Hutchison tenha tirado fotos da nadadora nua quando ela tinha 17 anos. Ele não se pronunciou sobre as acusações.
Kukors disse que o ex-técnico começou a se aproximar de forma inapropriada quando ela tinha 13 anos. À época, ela era treinada por Hutchison em um clube de natação de Seattle. As violações teriam começado quando ela completou 16 anos.
"Nunca pensei que iria compartilhar minha história, porque sobreviver já estava de bom tamanho", afirmou a ex-nadadora, que quebrou o recorde mundial dos 200 m medley individuais ao vencer a prova no Mundial de 2009 e ficou em quinto na Olimpíada de Londres-2012.
"Eu me dei conta de que histórias como a minha são importantes demais para não serem contadas. Não para que vocês tenham conhecimento, mas para os pequenos meninos e meninas cujas vidas estão nas mãos de uma pessoa terrível e manipuladora. Para que eles não tenham que passar pela mesma dor, trauma, horror e abusos. Para que seus pais, mentores e guardiões estejam mais bem preparados para perceber os sinais e notar as trágicas consequências, antes que seja tarde demais", afirmou Kukors.
Além de ter trabalhado na equipe olímpica de 2008, Hutchison treinou o time de natação no Mundial de 2009. Ele pediu demissão no ano seguinte, depois de ser acusado de manter um relacionamento sexual inapropriado com uma das atletas da equipe.
A Federação de Natação dos EUA realizou uma investigação para apurar a denúncia, mas disse em 2011 que não tinha encontrado nenhuma prova referente ao caso.
A federação emitiu uma nota afirmando que só soube dos abusos contra Kukors a partir do testemunho dado por ela nesta quinta (8). "Durante as investigações realizadas em 2011, Kukors e Hutchison, assim como a irmã da atleta, Emily, negaram a existência de um relacionamento sexual romântico", disse.
Outros casos
A denúncia de Kukors ocorre dias após Larry Nassar, ex-médico da Federação de Ginástica dos EUA, ter recebido a segunda condenação por abusos cometidos contra ginastas.
A imprensa americana estipula em 265 o número de vítimas de Nassar, entre elas menores de idade. Em dois processos paralelos, ele recebeu sentenças que variam de 40 a 175 anos de prisão e de 40 a 125 anos de prisão.
No Brasil, a nadadora Joanna Maranhão disse que tentou cometer suicídio por conta de abusos sexuais que sofreu na infância. Ela acusou o ex-técnico Eugênio Miranda, que nega envolvimento no crime.
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