O ex-ministro de Relações Exteriores da União Soviética (URSS), Eduard Shevardnadze, disse nesta segunda-feira (8) que a ex-primeira-ministra da Grã-Bretanha, Margaret Thatcher, "foi uma das figuras políticas mais destacadas do século XX" e ressaltou seu papel no final da Guerra Fria.

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"O Reino Unido e, pessoalmente, Margaret Thatcher, tiveram um papel de destaque ao mediar a normalização das relações entre Estados Unidos e a URSS. E de forma geral, seu papel no final da Guerra Fria impressiona", afirmou Shevardnadze.

O político, que foi chefe da diplomacia soviética entre 1985 e 1991, durante boa parte do governo de Thatcher, opinou que "com sua postura decidida, a 'Dama de Ferro' agilizou esses processos".

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"Me sinto feliz por ter tido a oportunidade de me encontrar com ela em várias ocasiões. Já em nosso primeiro encontro em Londres em 1986 ela me causou um inesquecível impressão", lembrou Shevardnadze, que se reuniu então durante mais de duas horas com Thatcher em sua residência de Downing Street.

"Depois Thatcher me acompanhou até a rua, o que não estava previsto no protocolo. Os jornalistas escreveram que era 'bom sinal'", lembrou.

Shevardnadze louvou a convicção e a capacidade de sínteses do líder britânica que pôde comprovar após assistir, convidado por ela, a um debate no Parlamento britânico.

"No Parlamento vi como era capaz de sintetizar em poucas frases a essência de um grande problema. Fiquei muito impressionado. Fiquei atônito perante essa qualidade sua", disse.

O dirigente georgiano, que liderou o Partido Comunista da Geórgia durante 13 anos, se tornou a partir de 1958 em um dos rostos da Perestroika (reestruturação) lançada pelo último líder soviético, Mikhail Gorbachev.

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Após o golpe de Estado de agosto de 1991, apresentou sua demissão, acusou Gorbachev de ignorar seus advertências sobre a iminência de um levante e abandonou o Partido Comunista em protesto.

Eleito presidente da Geórgia em 1992, Shevardnadze renunciou após a Revolução das Rosas no final de 2003, que catapultou ao poder o atual líder do país, Mikhail Saakashvili.