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Nesta foto de junho de 2018, Paul Manafort chega para uma audiência no Tribunal Distrital em Washington, DC. Foto: Mandel Ngan / AFP
Nesta foto de junho de 2018, Paul Manafort chega para uma audiência no Tribunal Distrital em Washington, DC. Foto: Mandel Ngan / AFP| Foto:

Paul Manafort, que atuou como chefe da campanha do presidente dos EUA Donald Trump, foi sentenciado, nesta quinta-feira (7) a 47 meses (três anos e 11 meses) de prisão pelos crimes de fraude fiscal e bancária – uma queda espetacular para o ambicioso consultor político, que disse ao juiz que agora está “humilhado e envergonhado”.

Manafort enfrentava até 24 anos de prisão sob as diretrizes federais de sentenciamento, porém o juiz da Corte Distrital T.S. Ellis considerou esse cálculo “excessivo” e condenou-o a 47 meses em um tribunal de Alexandria, no estado americano da Virginia.

Manafort enriqueceu trabalhando para políticos ucranianos pró-Rússia antes de participar da campanha eleitoral de Trump.

Entre os crimes praticados por Manafort estão a apresentação de declarações fiscais falsas e fraudes bancárias. Ele também não declarou contas no exterior, segundo a sentença. Como ele ainda responde a outro processo, pode ser condenado a mais anos de prisão.

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O juiz também ordenou que o ex-chefe de campanha de Trump pague cerca de US$ 24 milhões (cerca de R$ 92 milhões) de restituição ao governo americano e uma multa de US$ 50 mil.

Ellis disse que a sentença que ele impôs estava mais de acordo com outros que foram condenados por crimes semelhantes.

“O governo não pode varrer a história de todas essas sentenças anteriores” por crimes semelhantes, disse o juiz.

Ellis observou que deve considerar a totalidade da vida de Manafort ao emitir uma sentença, notando que Manafort tem sido “um bom amigo” e uma “pessoa generosa”, mas que “não pode apagar a atividade criminosa”. Os crimes fiscais de Manafort, segundo o juiz, foram “um roubo do dinheiro de todos que pagam impostos”.

Mas o juiz manifestou alguma simpatia por Manafort, um consultor do Partido Republicano de 69 anos que trabalhou nas campanhas presidenciais de Gerald Ford, Ronald Reagan e George H.W. Bush.

“Fora isso, ele viveu a vida de forma irrepreensível”, disse Ellis. O juiz observou que Manafort não tem antecedentes criminais e “ganhou a admiração de muitas pessoas” que escreveram cartas para o tribunal em apoio a Manafort.

Vestindo um uniforme verde de prisão com as palavras “DETENTO DE ALEXANDRIA” em letras maiúsculas nas costas, Manafort entrou na sala de audiências em uma cadeira de rodas.

“Os dois últimos anos foram os anos mais difíceis para mim e para minha família”, disse Manafort ao juiz. “Dizer que me sinto humilhado e envergonhado seria um eufemismo grosseiro”.

Ele pediu ao juiz “por compaixão”, acrescentando: “Sei que foi a minha conduta que me trouxe até aqui”.

Falando de sua cadeira, Manafort não se desculpou por seus crimes, mas agradeceu ao juiz pela maneira como ele conduziu o julgamento.

“Eu aprecio a imparcialidade do julgamento que você realizou”, disse ele. “Minha vida profissional e financeira está em frangalhos”.

Manafort disse que o “circo da mídia” em torno do caso o afetou, mas que ele espera “transformar a notoriedade em algo positivo e mostrar quem eu realmente sou”.

A pior dor, ele disse, “é a dor que minha família está sentindo”.

A próxima sentença de Manafort, que pode aumentar ainda mais seu tempo de prisão, por conspiração e interferência nos depoimentos de testemunhas, deve sair na próxima quarta-feira (13).

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