O ex-chefe do serviço de espionagem do governo do Egito, Omar Suleiman, decidiu concorrer à presidência do país nas eleições do mês que vem, informou hoje a agência oficial de notícias MENA. O anúncio ocorre apenas dois dias após Suleiman afirmar que não participaria da disputa. A mudança se deu depois da manifestação de um grupo de simpatizantes no Cairo, que pedia que Suleiman, que era vice-presidente de Hosni Mubarak quando ele foi deposto, concorresse nas eleições.
"Eu fiquei muito emocionado com a forte postura de vocês", disse Suleiman. "O pedido que vocês fizeram hoje foi uma ordem, e eu sou um soldado que nunca na vida desobedeceu uma ordem. Eu não posso fazer outra coisa que não responder a esse chamado e entrar na disputa, apesar dos obstáculos e dificuldades", disse.
O ex-militar que assumiu a chefia do serviço de inteligência em 1991 prometeu "adotar todos os esforços possíveis para atingir as mudanças esperadas e completar os objetivos da revolução, atendendo às expectativas do povo egípcio".
Na quarta-feira, Suleiman havia dito que não entraria na disputa pelas eleições de 23 e 24 de maio porque os procedimentos para o registro da candidatura eram muito rígidos. "Eu tentei até a manhã de ontem (terça-feira) superar os obstáculos relacionados com a situação atual e as demandas administrativas, financeiras e organizacionais para a candidatura, mas eu descobri que isso está além das minhas capacidades", disse ele na ocasião.
Os candidatos à presidência precisam reunir 30 mil assinaturas ou obter o apoio de um partido no Parlamento. A junta militar que governa o Egito atualmente prometeu transferir o poder para o vencedor das eleições até o fim de junho. Entre os principais concorrentes estão Khairat el-Shater, um dos líderes da poderosa Irmandade Muçulmana, e o ex-ministro de Relações Exteriores e líder da Liga Árabe Amr Mussa. As informações são da Dow Jones.
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