O grupo Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA) divulgou uma carta nesta segunda-feira (5), assinada por 30 ex-chefes de Estado e de Governo, pedindo ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que adote uma postura mais clara e firme em defesa da democracia, condenando abertamente a fraude eleitoral perpetrada por Nicolás Maduro na Venezuela.
“Exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela”, diz um trecho do documento.
Na carta, os signatários criticam duramente a perpetuação de Maduro no poder, acusando-o de usurpar a soberania popular em conluio com os poderes do Estado, que “estão sob seu controle e a seu serviço”. Essa situação, conforme expresso na carta, revela um desprezo de Maduro “pela verdade eleitoral”, com o objetivo de manter-se no poder por meio de uma “política repressiva e de violação sistemática dos direitos humanos dos venezuelanos”.
A mensagem dos ex-chefes de Estado enfatiza que a situação na Venezuela é “um escândalo de conhecimento geral entre os governos americanos e europeus”. Eles alertam que aceitar esse precedente pode comprometer “mortalmente” os esforços feitos nas Américas para defender a democracia, o Estado de direito e os direitos humanos.
No documento, os líderes pedem para que o presidente se posicione a favor dos venezuelanos que resistem pacificamente contra o regime de Maduro.
Além disso, o texto menciona que os venezuelanos têm o direito de realizar uma transição democrática e cita a líder de oposição María Corina Machado como uma das principais figuras na luta por essa mudança, junto com Edmundo González Urrutia, que, segundo os relatórios eleitorais divulgados pela oposição, foi o verdadeiro vencedor da eleição.
“Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu país. Esta mensagem que estamos enviando, em essência, nos coloca como porta-vozes dos sentimentos da maioria decisiva dos venezuelanos que hoje veem seus compatriotas, que lutaram ao seu lado, sofrendo prisões, torturas, desaparecimentos e até mesmo a perda da vida. Eles estão protestando em defesa de seu voto, estão resistindo pacificamente, guiados por María Corina Machado e por quem, como demonstram os relatórios eleitorais que são de conhecimento público e foram coletados pelas testemunhas na seção eleitoral, foi eleito presidente, Edmundo González Urrutia. A Venezuela tem o direito de fazer uma transição para a democracia”, conclui o texto.
A carta foi assinada por:
- Mario Abdo,do Paraguai.
- Óscar Arias S., da Costa Rica.
- José María Aznar, da Espanha.
- Nicolás Ardito Barletta, do Panamá.
- Felipe Calderón, do México.
- Rafael Ángel Calderón, da Costa Rica.
- Laura Chinchilla, da Costa Rica.
- Alfredo Cristiani, de El Salvador.
- Iván Duque M., da Colômbia.
- José María Figueres, da Costa Rica.
- Vicente Fox, do México.
- Federico Franco, do Paraguai.
- Eduardo Frei Ruiz-Tagle, do Chile.
- Osvaldo Hurtado, do Equador.
- Luis Alberto Lacalle H., do Uruguai.
- Guillermo Lasso, do Equador.
- Mauricio Macri, da Argentina
- Jamil Mahuad, do Equador.
- Hipólito Mejía, da República Dominicana.
- Carlos Mesa G., da Bolívia.
- Lenin Moreno, do Equador.
- Mireya Moscoso, do Panamá.
- Andrés Pastrana, da Colômbia.
- Ernesto Pérez Balladares, do Panamá.
- Jorge Tuto Quiroga, da Bolívia.
- Mariano Rajoy, da Espanha.
- Miguel Ángel Rodríguez, da Costa Rica.
- Luis Guillermo Solís R., da Costa Rica.
- Álvaro Uribe V., da Colômbia.
- Juan Carlos Wasmosy, do Paraguai.
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