Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Eleições

Ex-comunista deve ser eleito presidente da Itália

O futuro governo da Itália deve eleger, pela primeira vez, um ex-comunista para a presidência da República, apesar da oposição do bloco conservador liderado pelo ainda primeiro-ministro Silvio Berlusconi. O futuro primeiro-ministro, Romano Prodi, prometeu manter o apoio ao senador Giorgio Napolitano, após dias de discussões e votações inconclusivas no colégio eleitoral, que reúne parlamentares e representantes regionais.

Vencer a eleição desta quarta-feira é vital para que Prodi mostre que sua coalizão de centro-esquerda pode governar com a menor maioria já registrada na Itália do pós-guerra e sob forte oposição de Berlusconi.

- Se a centro-esquerda não quer se matar, deve se mostrar compacta e retomar alguns votos da oposição - disse Clemente Mastella, líder do partido esquerdista Udeur.

Prodi se reúne com seus deputados na noite de terça-feira, e a votação começa às 4h30 de quarta (hora de Brasília). O futuro premiê disse que todo o seu bloco vai votar em Napolitano no terceiro turno da votação, quando a margem necessária para a eleição diminui de dois terços para a maioria simples. Napolitano, 80 anos, senador do Partido Democrático da Esquerda, não obteve os dois terços nos primeiros dois turnos.

A manutenção da candidatura de Napolitano ilustra a divisão do eleitorado italiano e acirra as tensões com a centro-direita. Pode ser uma manobra arriscada, porque o voto secreto permite traições de ambos os lados. No papel, Prodi conta com 540 votos, 35 a mais do que a maioria absoluta.

Mas Berlusconi, que também precisa mostrar ser capaz de manter seu bloco unido na oposição, incentiva políticos de centro a votarem contra Napolitano, devido ao seu passado comunista. Uma votação esmagadora para Napolitano indicaria defecções nas fileiras da centro-direita e um protesto contra a liderança do bilionário Berlusconi.

- Napolitano é um comunista, e não vou legitimá-lo. Vamos marchar nas ruas para dizer que a esquerda ocupou a fortaleza do poder - afirmou o premiê.

O cargo de presidente é basicamente protocolar, mas pela Constituição cabe a ele nomear o primeiro-ministro e dissolver o Parlamento - prerrogativas importantes num momento em que Prodi se prepara para formar o governo.

Massimo d'Alema, presidente do Partido Democrático da Esquerda e candidato a presidente até ser rejeitado por Berlusconi, na semana passada, disse que Prodi poderá nomear o seu gabinete já no fim de semana.

- É possível que o mandato para formar um novo governo venha no domingo - disse d'Alema à emissora Sky TG24.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.