Em entrevista publicada nesta quinta-feira pela revista "Stern", o ex-responsável pelo departamento de Recursos Humanos da Volkswagen Klaus-Joachim Gebauer deu detalhes sobre o escândalo que envolve diretores da empresa e prostitutas, e admitiu que ele mesmo pagou os serviços ao ex-diretor Peter Hartz.

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- A maioria das vezes eu pagava a prostituta e depois pedia o reembolso da empresa. Às vezes, Hartz me dava algo depois, mas não freqüentemente. Não tinha nem idéia de quanto é preciso pagar por isso - disse Gebauer.

Hartz era colaborador do chanceler alemão, Gerhard Schröder, e inspirou as reformas trabalhistas que levam seu nome e que o governo alemão está aplicando. Gebauer, de 61 anos, é uma figura central no escândalo das viagens de luxo, prostitutas e empresas de fachada, que afeta o consórcio Volkswagen, segundo a "Stern".

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A revista acrescenta que o diretor trabalhou 32 anos para a Volkswagen e foi a pessoa de contato entre a direção da companhia e o comitê de empresa e responsável pela organização de viagens deles e de outros representantes dos trabalhadores. Desde meados da década de 90, a Volkswagen organizava viagens de turismo sexual para representantes sindicais e diretores do grupo.

Além de Hartz, Gebauer ataca duramente Klaus Volkert, que até meados deste ano era o presidente do comitê de empresa. Peter Hartz também teve de pedir demissão por causa da publicação deste escândalo em meios de comunicação alemães. O então diretor da marca tcheca Skoda, Helmuth Schuster, e Gebauer foram demitidos. A revista alemã detalha os hotéis e os locais em que os diretores se encontravam com as prostitutas, em lugares como Lisboa, Praga e Índia, com todas as despesas pagas pela Volkswagen.

A Stern afirma que uma das prostitutas com quem Hartz se encontrou tinha 24 anos e era brasileira. Ela esteve com este executivo em maio no clube Elefante Branco, graças à mediação de Gebauer. Hartz e Volkert não quiseram comentar as acusações, que estão sendo investigadas pela Justiça alemã.