Michael Brown, ex-diretor da agência federal para a Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês) criticada por sua lenta reação ante a devastação causada pelo furacão Katrina, reconheceu falhas nesta terça-feira, no Congresso dos Estados Unidos. Durante uma audiência com a presença de um comitê criado para examinar a resposta do governo ao fenômeno, Brown reconheceu que é responsável por "falhas específicas", mas disse que as autoridades locais e estatais da Louisiana também não coordenaram bem suas ações.
- A Fema é uma agência coordenadora, não um agência policia - enfatizou Brown, em uma tentativa de corrigir a percepção de que a agência deve atuar de imediato frente a uma crise nacional.
De concreto, Brown responsabilizou o prefeito de Nova Orleans, Ray Nagin, e a governadora da Louisiana, Kathleen Blanco, por não melhorar a coordenação das autoridades locais e estatais na hora de ajudar as vítimas.
Brown, que renunciou ao cargo três dias depois de haver sido retirado das operações sobre a área no dia 9 passado, disse que "não é prático" que o governo federal deva responder a todos os desastres, independentemente de sua magnitude, em todas as comunidades do país.
Convocada pelos líderes republicanos, a audiência contou com a escassa participação de democratas, que continuam a pedir uma investigação independente sobre a gestão do governo com relação à resposta ao desastre natural.
O furacão Katrina, que assolou os estados da Louisiana, Alabama e Mississipi no dia 29 passado, provocou a morte de milhares de pessoas. Equipes de resgate continuam a recuperar cadáveres entre os escombros. Mas suas operações foram comprometidas devido à chegada do furacão Rita, no fim de semana passado.
Durante a audiência, o legislador democrata Gene Taylor (Misissipi) criticou energicamente a gestão de Brown à frente das operações na zona afetada, ao assinalar que a resposta tardia do governo provocou um caos desnecessário.
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