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José Efraín Ríos Montt, um ex-ditador da Guatemala apoiado pelos EUA, que governou um dos períodos mais sangrentos da guerra civil da Guatemala enfrentará um julgamento sobre acusações de que ele ordenou assassinato, tortura e deslocamento de milhares de índios maias, anunciou um juiz.

Advogados dos Direitos Humanos disseram que o julgamento de Montt será uma vitória simbólica importante para as vítimas de um dos terríveis conflitos que devastaram a América Central durante as últimas décadas da Guerra Fria. Ele é o primeiro ex-presidente a ser acusado de genocídio por um tribunal latino-americano.

"É o início de uma nova fase desta luta", disse Paul Seils, vice-presidente do Centro Internacional para a Justiça Transicional, baseado em Nova York, que tem trabalhando de maneira extensa em casos de crimes de guerra na Guatemala. Ele disse que a decisão foi "um bom passo a diante", mas que espera que o julgamento de Montt encontrará resistência das forças na Guatemala que se opõem à

punição das forças aliadas governamentais por suas ações durante a guerra civil.

Outros comemoram a decisão do juiz como uma vitória menos qualificada para a Justiça na Guatemala. "O fato de que um juiz ordenou o julgamento de um ex-chefe de Estado é um desdobramento notável em um país onde a impunidade por atrocidades do passado tem sido a regra", disse José Miguel Vivanco, diretor para América da Human Rights Watch.

Os líderes da Guatemala foram criticados por anos de incapacidade ou falta de vontade de processar as forças do governo e paramilitares aliados, acusados de marchar em aldeias maias, realizar estupros e torturas, e matar mulheres, crianças e homens desarmados em uma campanha destinada à eliminar o suporte para um movimento guerrilheiro de esquerda.

Apesar de uma série de inquéritos internacionais para classificá-lo como responsável pelos crimes de guerra, Montt serviu como um congressista da Guatemala por 15 anos até perder uma disputa para reeleição no fim do ano passado. Ele tinha imunidade como um membro do Congresso e foi colocado sob prisão domiciliar depois de perder seu posto.

Uma das maiores prioridades do presidente Otto Perez Molina, que ganhou a eleição do ano passado, tem sido a campanha para a eliminação da proibição dos EUA sobre a ajuda militar para a Guatemala, que está envolvida em uma luta contra os cartéis de drogas fortemente armada.

Entre as condições estabelecidas pelo Congresso dos EUA para restaurar a ajuda é a reforma do sistema de Justiça da Guatemala e colocar um fim à impunidade. As informações são da Associated Press.

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