O ex-ditador Jorge Videla durante julgamento: tortura e assassinato| Foto: Mariano Paiz/Reuters

O ex-ditador argentino Rafael Videla, que voltou a ser julgado por crimes de lesa-humanidade cometidos durante o último regime militar no país (1976-83), assumiu na segunda-feira plena responsabilidade pelos abusos.

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Videla, que governou de 1976 a 81, está sendo julgado com outros 30 réus, entre eles Luciano Benjamín Menéndez, ex-chefe do Terceiro Corpo do Exército, com sede em Córdoba.

"Assumo em plenitude minhas responsabilidades castrenses por tudo o que foi feito pelo Exército na guerra interna a que fiz referência (contra militantes esquerdistas). E essa responsabilidade a assumo com total isenção dos que foram meus subordinados e se limitaram a cumprir minhas ordens", disse Videla ao tribunal.

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Mas, acrescentou, "os fatos que se julgam neste processo constituem coisa julgada, e lhes corresponde a aplicação do princípio pelo qual ninguém pode ser julgado duas vezes pelo mesmo processo".

O Judiciário argentino informou que Videla está preso na província de Córdoba.

Grupos de direitos humanos dizem que cerca de 30 mil pessoas foram sequestradas, torturadas e assassinadas durante a ditadura. Uma comissão independente confirmou cerca de 11 mil casos.

A Corte Suprema revogou há alguns anos duas leis de anistia que protegiam centenas de ex-oficiais de serem julgados por violações a direitos humanos. Isso permitiu que tribunais argentinos impusessem duras penas a ex-militares e policiais condenados por sequestros, torturas e homicídios.

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