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O ex-embaixador argentino em Caracas Eduardo Sadous denunciou à Justiça que empresários do seu país estariam pagando até 20 por cento de comissão às autoridades para fazerem negócios na Venezuela, disse a imprensa argentina na sexta-feira.

Em sua denúncia, o diplomata afirmou que vários empresários argentinos lhe comentaram sobre pedidos de comissões ilegais para facilitar negócios incluídos sob acordos firmados entre o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-07) e o governo venezuelano de Hugo Chávez.

Sadous, que dirigiu a embaixada em Caracas de 2002 a 2005, depôs nesta semana como testemunha no processo. Segundo relato de um funcionário do Judiciário, ele afirmou que as comissões de 15 a 20 por cento eram pagas a funcionários do Ministério do Planejamento argentino.

O diplomata afirmou à Justiça que os subornos "eram do lado argentino, (os empresários) falavam do Ministério do Planejamento". "Uma vez autorizado pelo ministério, suponho que se efetuava (o pagamento) através de uma transferência para as empresas ou cheques".

De acordo com o jornal La Nación, o ministro da pasta, Julio de Vido, qualificou as acusações de "infâmia".

O ministério disse em nota que a denúncia é "uma operação política destinada a sujar o bom nome de muitas pessoas que trabalharam fortemente para estreitar os laços entre dois países irmãos."

O chefe de gabinete da presidência, Aníbal Fernández, declarou a uma rádio que "nesse tipo de coisas, se há uma denúncia é preciso investigá-la, enquanto isso fazer conjecturas não tem sentido".

Argentina e Venezuela estreitaram fortemente seus laços diplomáticos e comerciais a partir de 2003, refletindo a boa sintonia política entre seus governos. A relação continuou se aprofundando no governo da mulher de Kirchner, Cristina Fernández Kirchner.

O intercâmbio bilateral passou de 126 milhões de dólares em 2003 para 2,6 bilhões de dólares no ano passado. Mais de 200 empresas exportam produtos para a Venezuela, principalmente maquinário agrícola, elevadores, medicina nuclear, alimentos e medicamentos, entre outros.

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