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tentativa de assassinato

Ex-espião russo envenenado em solo britânico recebe alta dois meses depois do ataque

O ex-espião russo Sergei Skripal em uma foto de arquivo de 2006, quando ainda estava preso na Rússia | YURI SENATOROVAFP
O ex-espião russo Sergei Skripal em uma foto de arquivo de 2006, quando ainda estava preso na Rússia (Foto: YURI SENATOROVAFP)

Depois de mais de dois meses, o ex-espião russo Sergei Skripal, de 66 anos, foi liberado do hospital após ser envenenado por um agente nervoso militar, disseram autoridades britânicas na sexta-feira (18).

O ex-agente duplo russo e sua filha foram atacados na cidade de Salisbury, no sul da Inglaterra, em 4 de março, e foram encontrados em um banco de um parque.

Dois meses após o ataque, autoridades britânicas disseram que Skripal não estava mais em estado crítico, tendo se juntado à filha em uma recuperação, que poderia levar os dois a ajudarem os investigadores a resolver o mistério de exatamente como, onde e por quem foram envenenados. 

"É uma notícia fantástica que Sergei Skripal está bem o suficiente para deixar o Hospital Distrital de Salisbury", disse Cara Charles-Barks, presidente-executiva do hospital, em um comunicado. 

Malcolm Sperrin, do Instituto de Física e Engenharia em Medicina, advertiu em abril que um prognóstico de longo prazo para os Skripals permaneceria um tanto incerto. Referindo-se a Yulia, ele disse: "Ela pode conversar e conversar, mas o que não sabemos é se ela voltará como estava antes, não apenas sobre a cognição, mas há outros aspectos que poderiam ser afetados, como mobilidade, problemas com estado mental, ansiedade, depressão. Há tantas incógnitas". 

Em resposta ao ataque de março, a primeira-ministra britânica Theresa May havia condenado o envenenamento como um ato imprudente e hostil da Rússia em solo britânico. Seu governo diz que, além de evidências forenses, a Rússia é suspeita porque já assassinou críticos no exterior antes. 

Skripal era um agente duplo que vendia segredos para a Grã-Bretanha. Ele foi condenado e preso na Rússia, mas liberado em uma troca de agentes de inteligência em 2010. 

O Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha emitiu um comunicado em abril dizendo: "Sejamos claros, isso foi uma tentativa de assassinato usando uma arma química ilegal que sabemos que a Rússia possui".

Mas a Rússia negou ter tido algo a ver com o ataque, com altos diplomatas russos insistindo que a Grã-Bretanha apressou ou atrapalhou a investigação - ou que os próprios agentes britânicos podem ter envenenado pai e filha para difamar a Rússia, justificar aumentos nos gastos militares ou distrair moradores dos fracassos das negociações do Brexit.

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