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Estados Unidos

Ex-funcionários do Departamento de Justiça alegam pressão de Trump para declarar fraude na eleição de 2020

Ex-integrantes do departamento foram ouvidos em audiência do comitê da Câmara dos Representantes que investiga a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 (Foto: EFE/EPA/WILL OLIVER)

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Três importantes ex-funcionários do Departamento de Justiça dos Estados Unidos relataram, durante audiência do comitê da Câmara dos Representantes que investiga a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, que o então presidente Donald Trump pressionou para que o órgão declarasse que ocorreu fraude na eleição presidencial de 2020.

O ex-procurador-geral interino Jeffrey Rosen, o ex-procurador-geral adjunto interino Richard Donoghue e o ex-procurador-geral assistente do Gabinete do Conselho Jurídico Steven Engel afirmaram nesta quinta-feira (23) ao comitê que ameaçaram renunciar devido à pressão do presidente republicano, derrotado por Joe Biden no pleito do ano retrasado.

Donoghue relatou que Rosen disse a Trump à época que o Departamento de Justiça não poderia simplesmente “estalar os dedos” e mudar o resultado da eleição presidencial.

“Ele [Trump] respondeu muito rapidamente e disse, em resumo: 'Não é isso que estou pedindo para vocês fazerem, o que estou pedindo para vocês fazerem é apenas dizer que houve corrupção [na eleição] e deixar o resto comigo e com os congressistas republicanos'”, alegou Donoghue.

O ex-procurador acrescentou que, embora o departamento tenha encontrado “casos isolados de fraude”, “nenhum deles chegou perto de colocar em questão o resultado da eleição em qualquer estado em particular”.

O Capitólio, sede da Câmara dos Representantes e do Senado americanos, foi invadido em 6 de janeiro do ano passado por apoiadores de Trump, que alegavam fraude na vitória de Biden na eleição presidencial de 2020. O tumulto provocou cinco mortes e deixou dezenas de feridos. O comitê da Câmara dos Representantes visa apurar responsabilidades pelo incidente, inclusive de Trump.

Na terça-feira (21), vários funcionários estaduais testemunharam perante o comitê e disseram que o ex-presidente teria intimidado servidores eleitorais de vários estados para alterar o resultado das eleições.

Uma das testemunhas foi o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, de quem Trump teria exigido que encontrasse votos suficientes para anular o resultado das eleições naquele estado, alegando sem provas que os democratas cometeram fraude.

Raffensperger disse que sua equipe investigou “todas as alegações” de fraude eleitoral feitas por Trump e concluiu que não ocorreu nenhuma irregularidade.

Na semana passada, Trump classificou como “esquerdistas radicais” os membros do comitê que investiga o ataque ao Capitólio e afirmou que as conclusões do grupo sobre o ocorrido em 6 de janeiro de 2021 são uma “fraude total”.

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