Dezenas de estudantes do ensino médio protestaram nesta sexta-feira (29) e ocuparam vários centros educacionais em Santiago, capital do Chile, para denunciar as más condições de infraestrutura e mobiliário nas salas de aula após a pandemia, além de exigir uma melhor educação pública.
As mobilizações, que terminaram com um jovem detido, começaram na parte externa do emblemático Instituto Nacional, no centro, onde um grupo de adolescentes vestidos de trajes brancos se reuniu e gritou palavras de ordem pedindo uma educação de qualidade, enquanto tentava derrubar a cerca do recinto.
No total, são quatro escolas de ensino médio que estão ocupadas por seus alunos e duas que estão com seus alunos em greve, todas localizadas nos bairros de Santiago e Providencia, na capital.
Diego Jaque, presidente do centro estudantil do Instituto Nacional, denunciou aos meios de comunicação locais a falta de manutenção na infraestrutura do estabelecimento e acrescentou que se reuniu com a prefeita de Santiago, Irací Hassler, para explicar suas demandas.
As manifestações, durante as quais foram lançados coquetéis molotov, começaram no início da semana; um ônibus foi incendiado em frente a uma escola na última terça-feira e um grande contingente policial reprimiu violentamente os adolescentes.
Durante a manhã, o ministro da Educação, Marco Antonio Ávila, anunciou o investimento de 10 bilhões de pesos (cerca de US$ 11,7 milhões) em infraestrutura escolar.
A porta-voz do governo, Camila Vallejo, assegurou que o presidente Gabriel Boric tomou posse no mês passado “com um déficit muito grande em termos de infraestrutura dos estabelecimentos de ensino” e anunciou uma revisão dos protocolos policiais para conter as marchas estudantis.
Estas são as primeiras manifestações estudantis do governo de Boric, ex-líder estudantil que assumiu a presidência há 50 dias e cuja reivindicação sempre foi melhorar o sistema educacional.
O próprio Boric declarou: “Neste governo, os estudantes que querem dialogar terão as portas abertas. Os que querem queimar ônibus ou usar meios violentos terão que responder perante a lei”.