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Bálcãs

Ex-líder sérvio boicota julgamento

Radovan Karadzic, acusado de genocídio durante a Guerra da Bósnia, afirmou que não tem tempo suficiente para se preparar

Imagens de Karadzij em 1994, em 2008 – ao ser preso –, e nove dias depois - quando se apresentou à Corte de Haia | Fotos AFP
Imagens de Karadzij em 1994, em 2008 – ao ser preso –, e nove dias depois - quando se apresentou à Corte de Haia (Foto: Fotos AFP)
Entenda as acusações contra Karadzic |

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Entenda as acusações contra Karadzic

Haia, Holanda - O tribunal de crimes de guerra da ex-Iugoslávia afirmou ontem que o julgamento do ex-líder sérvio Radovan Karadzic continuará co­­mo agendado apesar de sua intenção de não comparecer ao dia de abertura do julgamento na próxima semana. "No mo­­mento não há indicação de que o procedimento não irá seguir conforme o agendado. O controle dos procedimentos do tribunal está nas mãos dos juízes do tribunal", afirmou a representante do tribunal Nerma Jalacic em comunicado.

Karadzic argumentou não estar recebendo um julgamento justo por não ter tido tempo suficiente para uma boa preparação. Ele ameaçou não comparecer ao início do julgamento na segunda-feira, dia 26 de outubro.

Em uma carta divulgada on­­tem, o ex-líder bósnio escreveu: "O maior, mais complexo, importante e sensível caso já julgado neste tribunal está prestes a começar sem ter havido uma preparação apropriada".

Não está claro se Karadzij pretende pretende se ausentar apenas do início do julgamento ou se planeja um boicote mais longo. Em 2007, Charles Taylor, acusado de atrocidades em Serra Leoa, se recusou a comparecer ao julgamento, atrasando os trabalhos por meses

O "carniceiro de Belgrado", co­­mo ficou conhecido, está defendendo a sim mesmo. Se ele se re­­cusar a comparecer ao tribunal, os juízes podem apontar um ad­­vo­­gado para defendê-lo – mesmo à revelia do réu. Se o boicote persistir, Karadzij permanece em sua cela no centro de detenção em Haia.

Histórico

Karadzic possui 11 acusações de genocídio e crimes de guerra por planejar atrocidades durante a Guerra da Bósnia (1992-95), em que morreram 100 mil pessoas. Ele é acusado de orquestrar vários crimes, dentre os quais o massacre de 8 mil muçulmanos em Sre­brenica – que estava sob proteção da ONU.

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