Um ex-membro da máfia e antigo militante em um grupo terrorista de extrema-direita é, há alguns anos, assessor de Políticas Sociais do prefeito de Roma, o direitista Gianni Alemanno, segundo revelou o jornal "La Repubblica".
Maurizio Lattarulo foi membro da máfia romana "Magliana" e do grupo terrorista de extrema-direita "Núcleos Armados Revolucionários" (NAR).
Segundo "La Repubblica", Lattarulo foi braço direito do chefe da máfia Enrico De Pedis, assassinado em um acerto de contas em 1990 e ligado ao desaparecimento, em 1983, de Emanuela Orlandi, filha de um empregado do Vaticano.
O mafioso, segundo a publicação, também foi braço direito de Massimo Carminati, chefe dos NAR, e durante anos foi responsável pela cobrança de juros e encargos para a Magliana, o chamado "pizzo", "imposto revolucionário" exigido pela máfia.
A Magliana, que leva o nome de um bairro do sul de Roma, nasceu da união de várias organizações criminosas da capital na década de 1970.
O grupo mantinha estreitas relações com a Cosa Nostra, a Camorra e outros grupos mafiosos e também com organizações da extrema-direita subversiva e da loja Maçônica Propaganda 2, a famosa "Pidue" (P2).
De acordo com o "La Repubblica", Lattarulo foi contratado em 2008 como consultor externo para as Políticas Sociais da Prefeitura de Roma (Campidoglio), ganhando a princípio 13 mil euros, passando a receber, a partir de 2010, pouco mais de 30 mil euros.
O secretário do Partido Democrata (PD) de Roma, Marco Miccoli, afirmou, após saber da publicação, que é uma "vergonha" que um ex-mafioso esteja na "corte de Alemmano" e opinou que o Campidoglio "se transformou em uma filial para ex-terroristas de extrema direita, fascistas e chefes da máfia".
O PD pediu explicações a Alemanno (procedente do neofascista Movimento Social Italiano), pois considera que "é uma vergonha que jovens e outras pessoas honradas não só não encontrem trabalho, mas também percam seus empregos por conta da crise, enquanto a administração pública oferece bons salários a um mafioso e a um ex-terrorista", criticou Miccoli.
O jornal lembra que este não é único caso de nomeações "discutíveis", já que, em 2009, por exemplo, o extremista de direita Stefano Andrini, condenado a quatro anos e oito meses de prisão por agressão a militantes de esquerda, foi contratado para o serviço
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