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O ex-ministro alemão de Finanças Peer Steinbrueck será o candidato social-democrata a chanceler (primeiro-ministro) da Alemanha na eleição de 2013, desafiando a conservadora Angela Merkel, numa campanha que será polarizada pela retórica agressiva dele sobre os bancos e sua aversão em formar uma coalizão com a rival.

Fontes do partido de centro-esquerda SPD, que prometia só definir seu candidato no começo de 2013, disseram que Sigmar Gabriel, presidente do partido, vai conversar com outros dirigentes ao longo da sexta-feira sobre a possibilidade de antecipar a indicação de Steinbrueck, de 65 anos.

Ele foi ministro das Finanças numa "grande coalizão" chefiada por Merkel entre 2005 e 2009. Com um estilo áspero e respostas firmes, ele comandou a reação da Alemanha à crise bancária iniciada em 2008.

A indicação de Steinbrueck é possível agora porque dois outros candidatos internos do SPD, Gabriel e o ex-ministro de Relações Exteriores Frank-Walker Steinmeier, desistiram.

Analistas dizem que Steinbrueck deve fazer uma campanha mais agressiva contra Merkel do que faria o diplomático Steinmeier, e que ele também pode atrair eleitores do CDU (União Democrata-Cristã, de Merkel) por causa da suas posições econômicas centristas e da sua experiência administrativa.

"Steinbrueck é definitivamente o candidato mais perigoso (para Merkel), porque ele atrai eleitores no centro", disse o cientista político Gero Neugebauer, da Universidade Livre de Berlim.

Mas uma pesquisa do instituto Politbarometer divulgada na sexta-feira mostrou que Merkel, de 58 anos, ganhou popularidade ao longo da crise do euro, e tem agora 53% de aprovação, contra 36% de Steinbrueck.

Natural de Hamburgo, Steinbrueck foi premiê da Renânia do Norte-Vestfália, mais populoso Estado alemão, mas nunca venceu uma eleição majoritária nacional. Steinmeier foi candidato a premiê em 2009 contra Merkel, e sofreu uma derrota esmagadora - o SPD teve apenas 23% dos votos, seu pior resultado no pós-2ª Guerra Mundial. Ele prometeu que nunca mais participaria de uma coalizão com Merkel.

Steffen Seibert, porta-voz da chanceler, disse que ela "não tem preferência por quem concorre contra ela", em 2013.

Nesta semana, Steinbrueck amoleceu alguns críticos da ala esquerdista do SPD ao propor uma rígida regulamentação do setor bancário.

Partido mais antigo da Alemanha - completa 150 anos em 2013 -, o SPD tem cerca de 26% de apoio nas pesquisas, contra 38% dos democratas-cristãos.

Mas os parceiros centro-direitistas dela, do partido Democratas Livres, têm apenas 4 por cento de apoio, o que pode obrigá-la a buscar uma aliança com o SPD para permanecer no cargo.

O SPD insiste que seu objetivo é chefiar uma coalizão com seus aliados do Partido Verde. Juntos, SPD e Verdes têm 43% nas pesquisas.

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