Brasília - O Brasil indicará o ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) Samuel Pinheiro Guimarães para ocupar um cargo no Mercosul. Ele foi substituído na SAE pelo peemedebista Moreira Franco. O ex-ministro foi também secretário-geral do Itamaraty.
Se a indicação do Brasil for aceita pelos outros países do Mercosul, o embaixador Pinheiro Guimarães será o alto representante-geral do bloco. Essa vaga foi criada em 17 de dezembro na última reunião de cúpula, em Foz do Iguaçu. É um cargo com papel institucional, com objetivo de fortalecer o bloco.
Pinheiro Guimarães é defensor da entrada da Venezuela no bloco. Durante discussão no Congresso, o ex-ministro chegou a declarar que a adesão do país do presidente Hugo Chávez era uma "oportunidade histórica de consolidar o processo de integração da América do Sul."
Brasil, Uruguai e Argentina já aprovaram o ingresso da Venezuela no Mercosul, mas ainda falta a decisão do Paraguai. A matéria era para ser votada em 2010 no Congresso paraguaio, no entanto, por falta de apoio e temendo derrota, o governo do presidente Fernando Lugo retirou a proposta antes que fosse votada.
Segundo informações de bastidores, não confirmadas pelo Palácio do Planalto, o nome de Pinheiro Guimarães já teria sido aprovado por Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, mas o anúncio oficial da nomeação será feito pelo presidente paraguaio, Fernando Lugo, que detém a presidência temporária do Mercosul.
Lugo deixou o Brasil no sábado após a posse de Dilma. Ele teria dado a benção ao nome de Pinheiro Guimarães.
O cargo de alto representante do Mercosul foi oferecido ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que descartou assumir o posto. Lula também abriu mão da secretaria-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), cargo que continua vago e deve ser oferecido novamente ao ex-presidente brasileiro.