Um tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) que julga supostos mentores do genocídio em Ruanda sentenciou nesta segunda (22) um ex-ministro do Interior a 30 anos de prisão por genocídio e incitamento público e direto para cometer esse crime. O Tribunal Criminal Internacional para Ruanda, com sede na Tanzânia, condenou Callixte Kalimanzira, de 56 anos, por atrair milhares de pessoas ao topo de uma colina apenas para, depois, assistir à morte delas por milícias. "Ele encorajou refugiados Tutsi a se reunirem na montanha Kabuye, onde ele sabia que eles seriam mortos aos milhares. Ele abusou da confiança pública de que ele protegeria os refugiados", disse o juiz Dennis Byron.
O crime aconteceu quando Kalimanzira era o ministro do Interior de Ruanda em 1994. O genocídio daquele ano foi liderado por ex-integrantes do Exército do país e extremistas das milícias Hutu, conhecidas como Interahamwe. As vítimas eram pessoas da minoria Tutsi e Hutus moderados. As matanças só acabaram quando insurgentes liderados pelos Tutsi, sob o presidente Paul Kagame, derrubaram os extremistas do governo em julho de 1994. O tribunal da ONU já julgou 38 pessoas por causa do genocídio em Ruanda. Seis delas foram absolvidas.