Hamdan: primeiro preso em Guantánamo a ser julgado| Foto: AFP

O ex-motorista do líder terrorista Osama bin Laden desembarcou nesta quarta-feira (26) na capital do Iêmen, Sanaa, após a decisão dos Estados Unidos de transferi-lo da prisão da base naval de Guantánamo a seu país de origem, onde ele cumprirá o resto da sua sentença. A informação foi dada por um oficial da segurança iemenita e pelo Departamento de Defesa norte-americano.

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Primeiro homem a ser julgado em um tribunal de guerra dos EUA desde o final da Segunda Guerra Mundial, Salim Hamdan foi condenado em 6 de agosto a cinco anos e meio de prisão por prestar serviços pessoais de apoio ao terrorismo, dirigindo e protegendo o líder da al-Qaeda Osama bin Laden.

Hamdan foi setenciado a 66 meses de detenção, mas ganhou crédito pelo tempo que cumpriu em Guantánamo, portanto, sua sentença deve acabar em 31 de dezembro, informou o Pentágono. A família do condenado pediu para saudá-lo no aeroporto, mas o governo iemenita negou a solicitação. Hamdan, que tem 40 anos e é pai de duas crianças, não acreditava quando lhe disseram no sábado que ele seria enviado ao Iêmen. "Os advogados de defesa falaram com ele por telefone no domingo. Ele ainda não acreditava", disse o comodoro Brian Mizer, da Marinha dos EUA. Mizer lembrou que Hamdan nunca viu sua filha que hoje tem 7 anos.

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O motorista, de 40 anos, admitiu que fez parte da equipe de motoristas de bin Laden no Afeganistão, mas ele disse ter aceitado o emprego porque precisava de um salário de 200 dólares por mês.

Hamdan foi capturado no Afeganistão em novembro de 2001 após a invasão dos EUA em consequência dos ataques às Torres Gêmeas, em 11 de setembro. Ele foi enviado para Guantánamo em maio de 2002.

Fortaleza militante

Cerca de 100 dos 250 prisioneiros de Guantánamo são do Iêmen, lar ancestral de bin Laden.

Iêmen, um pobre Estado árabe considerado pelo Ocidente como uma fortaleza militante, juntou-se aos Estados Unidos na guerra anti-terror após os ataques de 11 de setembro de 2001.

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Justiça

Os tribunais de Guantánamo têm sido frequentemente condenados por grupos de direitos humanos e estudiosos da constituição norte-americana por, segundo eles, conseguirem provas por meio de coerção, tortura e leis retroativas criadas muito depois de os fatos terem acontecido.

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