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Eleição no domingo

Ex-prefeito de Medellín e “Trump da Colômbia” tentam evitar esquerda pela 1ª vez na presidência

Rodolfo Hernández, que vem subindo nas pesquisas, foi apelidado de “Donald Trump colombiano” pela sua carreira como empresário e pelo discurso antissistema (Foto: EFE/Marco Valencia)

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No próximo domingo (29), a Colômbia realiza o primeiro turno da sua eleição presidencial com as pesquisas apontando liderança do candidato que tenta se tornar o primeiro presidente de esquerda da história do país: o senador Gustavo Petro, ex-integrante da guerrilha M-19 e ex-prefeito de Bogotá.

Amigo do ditador venezuelano Hugo Chávez, mas desafeto do sucessor Nicolás Maduro, o candidato do Pacto Histórico vem liderando as pesquisas para o primeiro turno com cerca de 40% das intenções de voto. Caso seja necessário o segundo turno, ele será em 19 de junho.

Os dois adversários mais próximos de Petro nas intenções de voto são da direita, Federico “Fico” Gutiérrez e Rodolfo Hernández, ambos na casa dos 20 pontos percentuais cada um.

Ex-prefeito de Medellín, a segunda maior cidade da Colômbia, “Fico” é apoiado por Óscar Iván Zuluaga, que renunciou à sua candidatura pelo Centro Democrático, partido do atual presidente, Iván Duque. Este não concorre à reeleição porque a legislação eleitoral colombiana estipula apenas um mandato presidencial.

Já Rodolfo Hernández, apelidado de “Donald Trump colombiano” pela sua carreira como empresário e pelo virulento discurso antissistema, focado na luta contra a corrupção, pode ser a grande surpresa da eleição. O ex-prefeito de Bucaramanga dobrou suas intenções de voto desde março e numa simulação para o segundo turno realizada na semana passada apareceu à frente de Petro.

Nesta última semana, o esquerdista, que foi acusado durante a campanha de espionagem por “Fico” e de planejar um “perdão social” para condenados por corrupção (ele negou as duas acusações), tenta obter apoios de outros partidos e correntes políticas para ganhar a disputa já no primeiro turno.

Pesa contra Petro a desconfiança sobre suas propostas sociais e econômicas, criticadas em relatório divulgado pelo banco americano JPMorgan Chase.

Caso vença, ele também terá dificuldades para aprovar projetos no Congresso colombiano, já que, apesar de o Pacto Histórico ter sido o partido mais votado para o Senado e o segundo mais votado para a Câmara nas eleições legislativas de março, legendas da direita e centro-direita continuam a ter maioria nas duas casas.

“Essas eleições não são parecidas com as de 2018, primeiro, porque a questão da paz [acordo assinado entre o governo colombiano e as Farc em 2016] não é mais nem mesmo uma questão de disputa política. A questão de 'venezuelanização' [do país] também não está na agenda”, apontou Lariza Pizano, cientista política da Universidade dos Andes, à Blu Radio, de Bogotá.

“Mas há uma profunda preocupação social derivada da pandemia e do empobrecimento que ela trouxe: esta questão é crucial e os candidatos que souberam sintonizá-la ou enfatizá-la nesse sentido terão pavimentado melhor o caminho [para a Casa de Nariño, residência oficial do presidente da Colômbia]”, acrescentou.

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