O ex-premiê do Iraque Tareq Aziz apareceu em público pela primeira vez em três anos para testemunhar, na quarta-feira, em favor do ex-ditador Saddam Hussein. Ele pediu à corte que julgue os atuais líderes do país por ataques contra o Estado iraquiano, ocorridos nos anos 1980.

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Aziz, a testemunha mais importante da defesa de Saddam, foi o rosto público do ditador no cenário internacional e um dos principais assessores dele.

O ex-premiê tentou virar o jogo no julgamento, iniciado em outubro, acusando um dos partidos hoje no poder, o xiita Dawa, de tentar matá-lo e a Saddam na década de 80. O atual premiê do país, Nuri al-Maliki, pertence a esse partido.

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O governo de unidade nacional de Maliki, do qual participam os xiitas, a minoria sunita e os curdos, assumiu o poder no sábado passado com a promessa de controlar as guerrilhas e os ataques sectários que vêm assolando o Iraque nos três anos desde a deposição de Saddam pelos Estados Unidos.

Em um novo episódio de violência que chama atenção para os desafios a serem enfrentados pelo atual governo, homens armados mataram um general da polícia em Bagdá e confrontos entre tribos rivais no sul da capital deixaram 16 mortos, afirmaram as forças policiais.

Saddam e outros sete co-réus são acusados de lançar uma represália violenta, que incluiu a morte de 148 xiitas, na cidade de Dujail depois de o então ditador ter sido alvo de uma tentativa malsucedida de assassinato, em 1982. Essa tentativa teria sido realizada por membros do partido Dawa.

- Sou uma vítima de atos criminosos cometidos por um partido que hoje participa do poder. Julguem-no - disse Aziz, referindo-se ao ataque com granada em uma universidade de Bagdá em 1980, do qual ele escapou com um braço quebrado e alguns cortes. - Eles mataram dezenas de estudantes.

Segundo Aziz, a tentativa de assassinato de Saddam era parte de uma série de operações realizadas contra autoridades e civis. O ex-premiê defendeu o direito do governo de investir contra o Dawa.

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Aziz, que, segundo sua família, estaria hoje bastante doente, era o número 43 da lista das autoridades mais procuradas pelos EUA quando se entregou, em abril de 2003.