Morreu nesta segunda-feira (23) o ex-presidente da Rússia, Boris Yeltsin, aos 76 anos, de falência cardíaca.
Segundo informações dadas pelo Kremlin, Yeltsin morreu "repentinamente". Ele, que foi o primeiro presidente eleito do país após o fim da União Soviética, governou de 1993 até 1999.
Yeltsin vai ser lembrado como uma figura contraditória. Ele participou do progresso de abertura política que levou ao fim do comunismo e vai ser lembrado como uma figura contraditória. Yeltsin adotou atitudes despóticas e acabou levando a Rússia para a beira do abismo.
Yeltsin começou a aparecer no cenário internacional quando a política de abertura promovida por Mikhail Gorbachev, o presidente da então União Soviética, ficou ameaçada. O golpe planejado pela linha dura do exército comunista, em 1991, levou o povo às ruas de Moscou. Mulheres e homens de todas as idades enfrentaram os tanques em cenas impressionantes.
Ele liderou a resistência popular que acabou mudando o mapa do leste europeu. A tentativa de golpe tirou Gorbachev e a Perestróika de cena, mas consolidou o desejo dos russos pela democracia.
Depois do colapso da União Soviética, Yeltsin se tornou o primeiro presidente eleito pelo voto democrático na Rússia, a república mais importante da antiga potência comunista. O novo governo abriu as portas do país ao capitalismo neoliberal. Mas a liberalização da economia e a democratização política acabaram custando caro.
Com Yeltsin, os russos conheceram o desemprego e a inflação. A corrupção minou as estruturas do estado. A fome passou a atingir todas as categorias sociais e todos os setores da vida russa. Além da insatisfação popular, ele enfrentou uma batalha política nos primeiros tempos do seu governo. Em 1993, a oposição se amotinou no parlamento, num desafio ao presidente. Sob o comando de Yeltsin, os tanques bombardearam o prédio.