O ex-presidente da Libéria Charles Taylor foi condenado nesta quarta-feira a 50 anos de prisão pelo Tribunal Especial para Serra Leoa (TSSL), que em 26 de abril o considerou culpado de crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
"O tribunal o condena de forma unânime a uma pena única de 50 anos de prisão", anunciou o juiz Richard Lussick, durante uma audiência pública em Leidschendam, perto de Haia.
"O acusado é responsável por ter ajudado, estimulado e planejado alguns dos crimes mais odiosos da história da humanidade", completou Lussick.
Taylor, 64 anos, cumprirá a pena na Grã-Bretanha por um acordo com o TSSL, que não emite condenações a prisão perpétua.
A acusação "recomendou" em 3 de maio uma condenação de 80 anos de prisão, algo considerado "desproporcional e excessivo" pela defesa do ex-presidente, o primeiro chefe de Estado condenado pela justiça internacional desde o tribunal militar de Nuremberg.
O ex-presidente da Libéria (1997-2003), detido em 2006 na Nigéria, foi declarado culpado no fim de abril de 11 crimes contra a humanidade, incluindo estupro, assassinato e saques, cometidos entre 1996 e 2002 em Serra Leoa.
Segundo os juízes, Taylor iniciou uma campanha de terror com o objetivo de controlar Serra Leoa e poder explorar seus diamantes, durante uma guerra civil que deixou 120.000 mortos entre 1991 e 2001.
Charles Taylor