O ex-presidente de Cabo Verde, Pedro Verona Pires, venceu o prêmio Mo Ibrahim, no valor de US$ 5 milhões, por promover a democracia e o desenvolvimento em sue país. Nos dois últimos anos o prêmio, destinado aos bons líderes africanos, não foi entregue por falta de candidatos qualificados.
O comitê do prêmio Mo Ibrahim disse que durante a década que ficou no poder, Pires ajudou a retirar da pobreza a pequena nação insular no oeste da África. Além disso, ele saiu do governo após o fim de seu segundo mandato, no começo deste ano, desconsiderando a possibilidade de remover o limite de mandatos presidenciais da Constituição.
"Cabo Verde é visto agora como uma história de sucesso africana, tanto economicamente, como socialmente e politicamente", disse o comitê.
O prêmio foi criado em 2007, mas esta é a terceira vez que é entregue. Segundo o comitê, em outros anos não havia líderes que atendessem aos critérios do prêmio, que é aberto apenas a chefes de Estado democraticamente eleitos que deixaram o poder nos últimos três anos.
"É um reconhecimento de meus 50 anos de dedicação indiscriminada e exclusiva para a política, e as causas da independência e da democracia'', disse Pires à agência de notícias portuguesa Lusa, na Cidade da Praia, a capital da antiga colônia portuguesa.
Pires, de 77 anos, também está entre os líderes do oeste da África que tentaram mediar a crise política na Costa do Marfim, onde o presidente se recusou a admitir a derrota eleitoral, levando a meses de conflitos sangrentos que mataram milhares de pessoas no início desde ano.
O prêmio destaca países que não costumam estar nas manchetes. Cabo Verde é provavelmente mais conhecido como a terra natal da cantora Cesária Évora, que venceu o prêmio Grammy.
O país é um arquipélago de 500 mil habitantes. Com praias e paisagens montanhosas, Cabo Verde depende do turismo para amparar sua economia. Mas o sucesso foi tão grande que em 2007 a Organização das Nações Unidas (ONU) disse que Cabo Verde não estava mais entre os países menos desenvolvidos do mundo.
Segundo a ONU, a expectativa de vida em Cabo Verde é de quase 72 anos, muito acima dos 52 da África do Sul onde a população é fortemente atingida pela aids ou de seu vizinho Senegal, onde ela é de 56 anos.
A taxa de alfabetização entre os adultos cabo-verdianos é de 84% ante 42% no Senegal e bem próxima aos 89% da África do Sul, que é um país mais desenvolvido.
"Ficou claro que Pedro Pires teve uma consciência muito forte para servir seu povo", disse a ex-presidente irlandesa Mary Robinson, integrante do comitê do prêmio, que foi criado em 2007 pelo bilionário sudanês Mo Ibrahim. As informações são da Associated Press.
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