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Morreu hoje aos 81 anos o ex-presidente de governo da Espanha Adolfo Suárez, o primeiro chefe de governo democrático do país após a ditadura de Francisco Franco (1936-1975).

Ele foi internado em um hospital de Madri na última segunda com problemas respiratórios que pioraram nos últimos dias. O estado de saúde se agravou devido ao mal de Alzheimer, do qual Suárez sofria há muitos anos.

Na sexta, o filho dele, Adolfo Suárez Illana, já havia afirmado que a morte de seu pai era "iminente" devido ao agravamento de seu estado de saúde. O ex-presidente de governo não aparecia em público desde 2003 devido ao Alzheimer.

Em pronunciamento, o rei Juan Carlos, monarca desde a queda de Franco, disse estar emocionado com a morte de Suárez, a quem chamou de "um amigo leal". Ele pediu ainda a seus súditos que seguissem o exemplo dele, por conseguir recuperar "a legítima posição da Espanha no cenário internacional".

Após a morte, o atual presidente de governo espanhol, Mariano Rajoy, suspendeu sua viagem a Haia, onde participaria da Cúpula de Segurança Nacional.

BiografiaNascido em setembro de 1932 em Cebreros, na região central da Espanha, Adolfo Suárez é considerado um político com um papel decisivo na transição espanhola da ditadura de Franco à democracia.

Procedente do próprio regime franquista, no qual ocupou alguns cargos importantes, ele foi designado pelo rei Juan Carlos em 1976 para dirigir a transformação do estado.

Durante seu governo foram aprovadas leis que reconheciam liberdades e legalizados os partidos políticos, incluindo o comunista, o que deu ao político morto a inimizade de setores da direita tradicional espanhola e do Exército.

Em 1978, graças ao consenso geral das forças políticas, foi aprovada a Constituição que segue em vigor até hoje. Ele ainda enfrentou o início dos atos terroristas cometidos pelo grupo separatista basco ETA, que foram semanais até o início da década de 1980.

O partido que fundou, a União de Centro Democrática, viveu uma crescente divisão, e Suárez foi cada vez mais questionado dentro e fora da própria legenda.

O clima geral o levou a renunciar em janeiro de 1981, poucas semanas antes da tentativa de golpe de Estado, que aconteceu em 23 de fevereiro com a entrada de guardas civis no Congresso enquanto era realizada a posse de seu sucessor, Leopoldo Calvo-Sotelo.

Suárez continuou na política por mais uma década, em outro partido, o Centro Democrático e Social, e de novo voltou a ser deputado, mas deixou a carreira pública no começo dos anos 90.

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